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Twitter revê políticas de expulsão de usuários

Rede social não deverá reverter decisão que bloqueou ex-presidente Donald Trump

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Hannah Murphy
San Francisco | Financial Times

O Twitter está revisando suas políticas controversas sobre banimento permanente de usuários, potencialmente deixando sua moderação de conteúdo mais alinhada à visão de Elon Musk para a plataforma de rede social, independentemente de o chefe da Tesla se tornar seu proprietário.

A empresa do Vale do Silício está avaliando se existem outras ferramentas de moderação de conteúdo que possam substituir sua pena mais severa pela violação de certas regras, segundo várias pessoas familiarizadas com a situação.

Logomarcas do Twitter e notas de dólar ao lado de imagem do empresário Elon Musk
Logomarcas do Twitter e notas de dólar ao lado de imagem do empresário Elon Musk - Dado Ruvic - 10.ago.2022/Reuters

Mas é improvável que qualquer mudança abra caminho para o retorno de Donald Trump à plataforma, disseram duas dessas pessoas, já que o cancelamento de proibições por violação de sua política contra incitação à violência não está sendo considerado. O ex-presidente dos EUA recebeu uma proibição vitalícia logo depois que uma multidão de seus apoiadores invadiu o Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro do ano passado.

Em vez disso, os funcionários estão analisando áreas em que sentem que o Twitter pode ter sido desproporcionalmente firme ao expulsar usuários de seus serviços por ofensas menores, como o compartilhamento de informações enganosas.

A revisão, que começou meses atrás e ainda não chegou a uma conclusão, ocorre em meio a um foco renovado na política após o bloqueio temporário da conta do rapper americano Kanye West, porque ele postou uma mensagem antissemita no sábado (8).

Um relaxamento da política de banimento permanente foi elogiado por Musk, que fez uma declaração de surpresa na semana passada de que queria comprar o Twitter por US$ 44 bilhões, depois de inicialmente concordar em fazê-lo em abril, mas tentou desistir do acordo, provocando uma ruidosa disputa legal.

Na sexta-feira (7), a juíza de Delaware que supervisiona o caso, que deveria ir a julgamento em 17 de outubro, concordou em suspender a ação legal até novembro para dar mais tempo para os dois lados chegarem a uma resolução. Ainda não está claro se e quando acontecerá a venda do Twitter.

Musk, que se descreve como um "absolutista da liberdade de expressão", disse anteriormente que, se assumir a plataforma, abrandará as regras de moderação do Twitter e passará de banimentos permanentes para suspensões.

Ele também sugeriu reduzir a visibilidade do conteúdo ofensivo nos feeds dos usuários ou permitir que eles tenham mais opções sobre o que veem. "Acho que ser capaz de mudar o conteúdo que você vê de 'morno' para 'quente' é o caminho a seguir", escreveu ele no Twitter na semana passada.

Um porta-voz do Twitter disse que a empresa está "sempre examinando as regras que regem nosso serviço e as ferramentas e recursos que podem incentivar conversas saudáveis".

De acordo com seu site, o Twitter, sediado em San Francisco, emite suspensões permanentes para usuários que violam suas regras "de maneira particularmente flagrante" ou as "violaram repetidamente, mesmo depois de receber nossas notificações".

As políticas do Twitter não permitem que os usuários compartilhem ameaças violentas, terrorismo, assédio e discurso de ódio, por exemplo. Para áreas como o compartilhamento de desinformação sobre a Covid, o Twitter tem uma política clara de "ataque" –pela qual cinco violações, ou ataques, resultarão em banimento permanente.

Além das proibições, o Twitter também emite suspensões temporárias de contas e rotula ou reduz a visibilidade do conteúdo que viola suas regras.

Um afastamento das proibições permanentes seria bem-vindo pelos republicanos, muitos dos quais reclamaram da censura a vozes conservadoras nas redes sociais –alegações que as plataformas negam. Por outro lado, muitos políticos de esquerda e ativistas de direitos humanos pediram às plataformas para reprimir mais firmemente os piores infratores.

O Twitter é uma exceção em seu tratamento a Trump. A rival Meta disse que suspenderá sua proibição a Trump a partir de janeiro se e quando o risco de violência diminuir, enquanto o YouTube fez uma declaração semelhante.

Em maio, Musk disse ao Financial Times que reverteria a proibição de Trump, acrescentando que tinha o apoio do cofundador do Twitter, Jack Dorsey.

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