Descrição de chapéu transição de governo

Revisão de isenções tributárias vai ser retomada, mas sem 'canetada', diz Nelson Barbosa

Equipe de Lula avalia que reduzir isenções pode elevar receitas sem aumentar tributos

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Brasília

Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Nelson Barbosa defendeu nessa sexta-feira (18) a revisão das isenções tributárias, mas disse que não haverá "canetada" do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"O Congresso aprovou uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que diz que tem de rever isenções. O próprio governo atual tentou. Isso vai ser retomado, é suprapartidário, independe do resultado eleitoral", disse ele à imprensa.

O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa em sessão do Senado Federal - Alan Marques/ Folhapress

A equipe de transição de governo, da qual Barbosa é integrante, avalia que reduzir o volume das isenções pode ser uma forma de elevar receitas, sem aumentar a carga tributária.

Barbosa disse que as alterações tributárias serão discutidas com todos os setores.

"A tradição de Lula é sentar e conversar com todo mundo, principalmente em questão tributária. Não vai ter 'canetada', não tem surpresa, não tem medidas radicais que as pessoas vão ficar sabendo pelos jornais", afirmou Barbosa.

O TCU (Tribunal de Contas da União) também chamou a atenção sobre as isenções tributárias em relatório entregue à equipe de transição.

"Existem questões muito importantes do quadro fiscal brasileiro. Um dos pontos que destacamos é a necessidade urgente de se estabelecer critério para as isenções tributárias. O Brasil tem mais de 4% do PIB comprometido com isenções, isso é o dobro do que em 2002", disse o presidente do TCU, Bruno Dantas na quarta-feira (16).

Também chamados pelo Ministério da Economia de gastos tributários, os subsídios reduzem a arrecadação pública a partir de exceções nos impostos criadas para diminuir custos ao consumidor ou ao produtor. A conta vai passar pela primeira vez a marca de R$ 450 bilhões em 2023, um avanço nominal de 49% desde 2019 (primeiro ano de governo).

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