Demissões na 99, os planos da Microsoft para o ChatGPT e o que importa no mercado

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Os planos da Microsoft para o ChatGPT

A Microsoft vai aumentar sua aposta na OpenAI, dona dos softwares de inteligência artificial (IA) ChatGPT e Dall-E, e investir US$ 10 bilhões na companhia, avaliando-a em US$ 29 bilhões, publicou o site americano Semafor.

A informação vai na linha da divulgada pelo Wall Street Journal na última semana. O jornal relatou que os funcionários foram liberados para vender suas ações pela mesma avaliação de US$ 29 bi.

A big tech já havia investido US$ 1 bilhão em 2019 no laboratório, que teve entre seus fundadores Elon Musk – o bilionário deixou a companhia em 2018.

Em números: o Semafor afirmou que a Microsoft terá 75% dos lucros da OpenAI até recuperar seu investimento inicial.

  • Ao atingir esse patamar, a Microsoft teria uma participação de 49% na OpenAI, com outros investidores recebendo 49% e a controladora, sem fins lucrativos, ficando com 2%.

Existe um ceticismo entre investidores sobre a capacidade da OpenAI de ganhar dinheiro, reportou o WSJ.

  • Sam Altman, CEO da companhia, disse a investidores recentemente que a startup poderia gerar US$ 1 bilhão em receita anual com a cobrança de consumidores e empresas por seus produtos, segundo o jornal.

Os planos da Microsoft para o ChatGPT: empolgada com o sucesso do chatbot que escreve textos articulados, poemas e até códigos, a big tech planeja integrá-lo ao sistema de busca Bing e também ao Word, PowerPoint e Outlook, de acordo com o site The Verge.

  • Os testes no Word estão sendo feitos na ferramenta de preenchimento automático, enquanto no Outlook a ideia é que os usuários possam encontrar o que procuram sem precisar pesquisar palavras-chave em emails.
Logo da Microsoft em prédio da companhia em Nova York - Mike Segar - 28.jul.2015/Reuters

Demissões na 99

A 99, do serviço de viagens por aplicativo, promoveu uma leva de demissões nesta semana.

Uma lista que circula no Linkedin mostra ao menos 77 demissões, incluindo profissionais de diversas áreas. Fundada em 2012 como um app para chamar táxis, a brasileira foi comprada em 2018 pela gigante Didi, a "Uber chinesa".

A companhia não confirma quantas pessoas foram dispensadas, mas disse que o movimento faz parte de um processo de reestruturação para ampliar o foco em serviços financeiros e de entregas.

Leva de demissões: a 99 é mais um unicórnio brasileiro a cortar custos frente ao novo cenário de juros altos e menor incentivo para investimentos.

  • No final de 2022, foi a vez de big techs como Meta, Twitter e Microsoft.

Mudanças: a coluna Painel S.A informou que a 99 decidiu encerrar sua operação de delivery com entregadores parceiros do app. A 99Food terá agora apenas um serviço de marketplace.

A companhia anunciou nesta terça o lançamento do serviço 99Entrega Moto Corporativo, voltado a empresas de todos os tamanhos. A ideia é fazer o transporte de produtos na chamada última milha.


Mais um estouro da meta

O IPCA fechou 2022 com alta acumulada de 5,79%, informou o IBGE nesta terça (10). Foi a segunda vez consecutiva que a inflação brasileira encerra o ano acima do teto da meta (de 5% em 2022).

Em carta aberta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a inflação herdada do ano anterior e a alta das commodities contribuíram para o estouro da meta.

Em números: em dezembro, a alta foi de 0,62%, acima da mediana da previsão dos analistas (0,44%). Por isso, o avanço anual também veio acima do projetado, que era alta de 5,60%.

Para 2023, o mercado prevê novo estouro do alvo da inflação. O último boletim Focus, do BC, projetou o IPCA em 5,36% para o ano que vem, quando a meta será de 3,25%, com margem de 1,5 ponto.



O que explica o IPCA de 2022:

- Alta da comida: o grupo alimentação e bebidas subiu 11,64% no ano e teve impacto de 2,41 pontos percentuais no índice.

  • O avanço veio na esteira do encarecimento das commodities agrícolas com a guerra na Ucrânia e também de prejuízos no campo por seca e geada.
  • Destaque para a disparada dos preços da cebola (130,14%) item que mais subiu no ano. Veja aqui a lista das maiores altas e baixas.

- Queda dos combustíveis: a redução de impostos sobre combustíveis e energia elétrica, na segunda metade do ano, deu um alívio na inflação. O grupo de transportes teve a maior baixa, de 1,29%.

  • A gasolina caiu 25,78% e teve maior impacto negativo no índice (-1,70 ponto percentual). Destaque também para a queda de energia elétrica (-19,01%), depois do fim da bandeira escassez hídrica de 2021.

Corrida pelo hidrogênio verde

Considerado o combustível do futuro e um dos protagonistas da transição energética, o hidrogênio verde deve ver sua evolução passar pelo Brasil.

Isso pelo potencial do país em energias renováveis, que pode torná-lo o produtor do hidrogênio verde mais barato do mundo, nas contas da BloombergNEF.

Entenda: para ser usado como combustível, o hidrogênio precisa ser separado de alguma matéria-prima, que hoje é principalmente de origem fóssil, como gás natural (hidrogênio cinza), petróleo (azul) ou carvão (marrom), em processos que emitem CO2.

  • O hidrogênio verde tem esse nome por ser um combustível limpo, derivado da água. Para produzi-lo, geralmente é aplicado um processo químico –eletrólise– que usa uma corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio na água.
  • Nesse caso, a fonte energética adotada é limpa, como solar ou eólica. É aqui que aparece o diferencial brasileiro.

Os desafios: o principal entrave está no transporte do hidrogênio, que demanda armazenamento em baixas temperaturas e alta pressão. As tecnologias para produção em larga escala também não estão prontas.

As vantagens são promissoras. Apenas a substituição do hidrogênio cinza pelo verde economizaria 830 milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente às emissões de Reino Unido e Indonésia somadas, nos cálculos da Agência Internacional de Energia.

Em andamento: no Brasil, os investimentos previstos passam de R$ 180 bilhões, com a maioria dos projetos no Nordeste, região com maior potencial para a energia limpa.

  • A maior parte deles, porém, ainda está nas fases iniciais. Um que está avançado é a fábrica da Unigel, na Bahia, que usará o hidrogênio para produzir amônia.
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