Descrição de chapéu Alalaô inflação

Folião de Brasília e Recife é o que mais sofre com inflação do Carnaval; veja ranking

Passagens aéreas, refeições, cerveja e até remédio contra ressaca ficam mais caros, diz levantamento

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Rio de Janeiro

Não importa se o folião vive em Brasília, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, São Paulo ou Rio de Janeiro.

Quem quiser aproveitar o retorno dos blocos oficiais de Carnaval em 2023 deve encontrar preços mais altos nessas sete capitais.

É o que indica um levantamento do economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

De acordo com a análise, a cesta de itens associados ao Carnaval subiu acima da inflação geral em todas as sete capitais.

Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta faz festa em pré-Carnaval de São Paulo - Bruno Santos - 12.fev.2023/ Folhapress

Brasília aparece em primeiro no ranking: a inflação do Carnaval acumulou alta de 60,1% em 12 meses até janeiro. No mesmo período, a inflação geral medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) na capital federal foi de 5,20%.

Segundo Peçanha, a disparada da cesta local foi puxada pelas passagens aéreas, que acumularam avanço de 149,55% em 12 meses.

Os bilhetes de avião pesam no orçamento do folião de Brasília que planeja viajar para outro local no Carnaval, uma vez que a variação das passagens no IPC-S é calculada com base na origem dos voos.

Para quem permanecer na capital federal, outros itens consumidos no período também ficaram mais caros.

Entre eles estão o ônibus interurbano, cuja tarifa aumentou 10,21% em 12 meses até janeiro, e os doces e salgados fora de casa, que subiram 9,30%.

A cesta elaborada por Peçanha contempla até 21 itens associados ao Carnaval, especialmente serviços, em cada capital. Todos integram o IPC-S, que é divulgado pelo FGV Ibre.

Depois de Brasília, Recife tem a segunda maior alta da cesta de Carnaval até janeiro: 25,09%.

Belo Horizonte (16,69%), Salvador (15,94%) e Porto Alegre (15,14%) aparecem na sequência. São Paulo (8,86%) e Rio de Janeiro (7,05%) fecham a lista da inflação do folião.

O IPC-S, de modo geral, ficou abaixo desses níveis nas capitais. Em 12 meses até janeiro, o índice avançou 6,42% em Recife, 3,93% em Belo Horizonte, 4,97% em Salvador, 4,06% em Porto Alegre, 4,55% em São Paulo e 4,38% no Rio de Janeiro.

Para Peçanha, a cesta de Carnaval acumulou inflação superior em razão da reabertura do setor de serviços após as restrições da pandemia.

Com a retomada das atividades, a demanda ficou mais aquecida, pressionando os preços nos últimos 12 meses, segundo o economista.

"A cesta de Carnaval é focada em serviços. Mostra como o setor vem gerando aumento de preços. O Carnaval é uma data propícia para esse tipo de consumo", afirma.

Nos últimos 12 meses, as refeições em bares e restaurantes, que integram a cesta do folião elaborada pelo pesquisador, subiram 11,58% em Belo Horizonte. Foi a maior variação das capitais.

Porto Alegre teve o segundo maior aumento desse item (9,99%), seguida por Recife (8,24%).

Cerveja e chope também estão custando mais nas sete capitais. Recife teve o maior avanço: 14,74%. Porto Alegre registrou a segunda maior alta nos preços de cerveja e chope (13,06%). Belo Horizonte (9,14%), a terceira.

Até curar a ressaca deve sair mais caro neste ano. Recife registrou a maior alta do gastroprotetor (17,29%), seguida pelos avanços no Rio de Janeiro (7,96%) e em Salvador (7,12%).

O gastroprotetor inclui os medicamentos que costumam ser comprados por quem passou da conta no consumo de bebidas alcoólicas.

Refrigerantes e água mineral fora de casa, por sua vez, acumularam inflação de até 11,43% nas capitais pesquisadas. Essa variação foi registrada em Porto Alegre.

A segunda maior alta de refrigerantes e água mineral ocorreu em Belo Horizonte (11,13%). Recife (10,55%) vem em seguida.

O transporte por aplicativo é outro item da cesta de Carnaval que avançou nos 12 meses até janeiro. Salvador acumulou a maior inflação desse serviço: 25,76%. Belo Horizonte (12,89%) e Porto Alegre (10,62%) aparecem depois.

Já a passagem aérea subiu mais em Brasília (149,55%), Recife (66,45%) e Porto Alegre (62,01%). Os preços de hotel avançaram mais na capital gaúcha (17,12%), em Belo Horizonte (16,61%) e em Salvador (9,17%).

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