Descrição de chapéu inflação

Vendas no varejo caem com força em dezembro e fecham 2022 com expansão mais fraca em 6 anos

Apesar dos resultados, o varejo brasileiro ainda fechou o ano passado no azul

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Camila Moreira
São Paulo | Reuters

As vendas no varejo recuaram bem mais do que o esperado em dezembro e o setor encerrou 2022 com o crescimento mais fraco em seis anos, mostram dados divulgados pelo IBGE nesta quinta (9). Pesou no resultado a alta dos juros que, ao encarecer o crédito e esfriou o consumo.

As vendas despencaram 2,6% em dezembro em relação ao mês anterior, um recuo muito pior do que o projetado por analistas, de 0,7%, segundo pesquisa da Reuters. A queda também é a maior queda desde agosto de 2021 (-4,8%).

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, as vendas avançaram 0,4%, também bem abaixo da expectativa de ganho de 2,40%.

Loja no shopping Nova América, no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes - 11.jun.2020/Reuters

Apesar desses resultados, o varejo brasileiro ainda fechou 2022 no azul, depois de um ano marcado por medidas do governo para reduzir preços e reforçar a renda, com alta de 1% nas vendas. Mas esse foi o desempenho mais fraco desde 2016 (-6,2%) e ficou abaixo do ganho de 1,4% visto em 2021.

"Esse resultado acumulado no ano está muito próximo ao dos anos anteriores. Em 2022 há um crescimento similar, mas ainda mais tímido", explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O cenário não é muito melhor para 2023, uma vez que o impacto positivo de estímulos fiscais e o mercado de trabalho aquecido são compensados negativamente pelos juros altos e a inflação pressionada.

Entre as 8 atividades pesquisadas, 7 tiveram queda em dezembro, sendo as maiores em Tecidos, vestuário e calçados (-6,1%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%).

Por sua vez, o resultado do ano passado foi bastante concentrado no setor de combustíveis e lubrificantes, que acumulou alta de 16,6% no período, recorde da série histórica, contra 0,3% em 2021.

Também se destacou a alta de 14,8% nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria no ano passado, resultado associado ao retorno da circulação de pessoas e das aulas presenciais no pós-pandemia.

Já o setor de hiper e supermercados, de maior peso na pesquisa, encerrou o ano com ganho acumulado de 1,4%.

"No último trimestre, tivemos também o efeito do aumento do Auxílio Brasil, alcançando as famílias de menor renda que tendem a usar o valor do benefício em hiper e supermercados", disse Santos.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, fechou dezembro com alta de 0,4% sobre o mês anterior, mas acumulou no ano perda de 0,6%, a primeira desde 2020 (-1,4%).

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