Descrição de chapéu Silicon Valley Bank

Bancos dos EUA fazem acordo para injetar US$ 30 bilhões no First Republic Bank

Instituição americana de médio porte ficou fragilizada após episódios com SVB e Credit Suisse

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São Paulo

Um consórcio formado por 11 bancos dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (16) um aporte de US$ 30 bilhões (R$ 160 bilhões) no First Republic Bank, que corria risco de colapso depois de enfrentar uma forte queda no valor das ações.

Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase e Wells Fargo vão fazer um aporte conjunto de US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bilhões), enquanto Goldman Sachs e Morgan Stanley entrarão com US$ 2,5 bilhões (R$ 13,2 bilhões) cada. Já BNY-Mellon, PNC Bank, State Street, Truist e U.S. Bank farão um aporte somado de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões).

O acordo foi costurado com apoio do governo americano, que temia a escalada de uma crise no setor bancário, depois da quebra do SVB (Silicon Valley Bank) nos Estados Unidos na semana passada, e as dificuldades financeiras do Credit Suisse na Europa nos últimos dias.

Fachada de agência do First Republic Bank na Califórnia, nos EUA
Fachada de agência do First Republic Bank na Califórnia, nos EUA - Li Jianguo - 14.mar.2023/Xinhua

"Esta demonstração de apoio de um grupo de grandes bancos é muito bem-vinda e mostra a resiliência do sistema bancário", diz comunicado assinado pela secretaria do Tesouro americano, Janet Yellen, e o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell.

"O apoio coletivo fortalece nossa posição de liquidez e é um voto de confiança para o First Republic e todo o sistema bancário dos EUA", diz comunicado assinado por Jim Herbert e Mike Roffler, fundador e CEO do First Republic, respectivamente.

O banco informou ainda que, na quarta-feira (15), tinha uma posição de caixa de aproximadamente US$ 34 bilhões (R$ 180 bilhões).

Banco de médio porte fundado em 1985 em São Francisco, nos EUA, focado nas áreas de private banking e gestão de fortunas, o First Republic viu suas ações entrarem em queda livre desde a semana passada, com o receio dos agentes financeiros de que os problemas que culminaram na falência do SVB poderiam também o afetar.

Só na segunda-feira (13), as ações caíram mais de 60%, com desvalorização acumulada de mais de 70% entre os dias 8 e 15 de março.

As ações do banco chegaram a operar em forte queda nesta quinta-feira (16), com desvalorização acima de 20%, mas inverteram a tendência após o anúncio do aporte e fecharam com ganhos de cerca de 10%.

"O banco está focado em reduzir seus empréstimos e avaliar a composição e o tamanho de seu balanço daqui para frente", disse o First Republic, que suspendeu a distribuição de dividendos relativos às ações ordinárias.

Ao final de dezembro do ano passado, o First somava cerca de US$ 210 bilhões (R$ 1,1 trilhão) em ativos totais, com 80 escritórios em sete estados dos EUA.

O The Wall Street Journal reportou que os clientes da instituição retiraram bilhões de dólares em depósitos nos últimos dias, com o banco já tendo anunciado no domingo um acordo com o Fed e o JP Morgan para acessar uma linha de crédito de US$ 70 bilhões (R$ 370 bilhões).

Apesar dos esforços, na quarta-feira (15) a agência de classificação de risco rebaixou os ratings do First Republic de A- para BB+, o que resultou na perda do status grau de investimento.

Desde a última sexta (9), os agentes do mercado financeiro global adotaram um tom de cautela, após a quebra do SVB, banco voltado para o setor de startups que foi duramente atingido pelo aumento dos juros pelo Fed, que causou prejuízos bilionários para a carteira alocada em títulos de longo prazo do governo americano.

A derrocada do SVB elevou as tensões em relação aos demais bancos regionais nos Estados Unidos, que têm capacidade limitada de lidar com um cenário macroeconômico adverso com a alta dos juros pelo BC norte-americano.

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