Carrefour dará licença menstrual às funcionárias que sofrem de endometriose na França

Grupo ainda concederá folga de três dias a mulheres que sofrerem aborto espontâneo

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RFI

O grupo varejista Carrefour anunciou nesta quarta-feira (19) que vai conceder 12 dias de ausência por ano para as funcionárias de suas lojas francesas que sofrem de endometriose, uma doença que afeta o revestimento do útero.

A licença implementada pela rede de supermercados antecipa um debate que começa a ser feito na Assembleia Nacional francesa, onde um projeto de lei que pretende criar uma licença menstrual para as trabalhadoras deve ser apresentado no próximo mês.

Para ter acesso à folga mensal, as mulheres terão de comprovar o diagnóstico de endometriose.

O Carrefour também dará a suas funcionárias três dias de ausência médica após um aborto espontâneo e um dia de folga para as mulheres que estiverem no processo de inseminação artificial, "no momento de transferência do embrião".

Logo do Carrefour em Montpellier, França - Pascal Guyot - 28.mar.2019/AFP

As medidas anunciadas vão beneficiar apenas para as funcionárias que trabalham na França. No entanto, o CEO do grupo, Alexandre Bompard, afirma que a empresa pretende adaptá-las a todos os países em que o Carrefour está presente. O grupo deve anunciar em breve benefícios para suas funcionárias na Itália e na Espanha.

A empresa conta, atualmente, com 200 mil funcionárias em todo o mundo, segundo Bompard. "Temos a esperança profunda de que esta decisão tenha um efeito de contágio que vá além do Carrefour, para que outras empresas as copiem", disse ele.

A endometriose é uma doença crônica que provoca dor intensa no momento da menstruação e até mesmo em problemas de fertilidade. Estima-se que a doença afete uma em cada dez mulheres.

Licença menstrual na Europa

Em fevereiro, a Espanha foi o primeiro país europeu a aprovar uma lei concedendo licença menstrual para mulheres que sofrem com ciclos muito dolorosos.

Na França, um projeto de lei com ampliação de direitos femininos deve ser apresentado na Assembleia Nacional no próximo mês. O projeto prevê uma licença menstrual de 14 dias por ano para mulheres com endometriose ou ciclos menstruais dolorosos, explica a deputada ecologista Sandrine Rousseau, uma das pessoas à frente do debate.

Para Rousseau, a medida tomada por uma empresa privada como benefício a suas trabalhadoras mostra o avanço do debate, mas é preciso garantir a licença como um direito feminino.

Uma pesquisa do instituto Ifop realizada na França em outubro de 2022 apontou que 66% das mulheres que trabalham na França eram favoráveis à criação da licença menstrual e 64% recorreriam a ela, caso a medida fosse instituída.

Com AFP

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