Descrição de chapéu Agrofolha Banco do Brasil

Em meio a crise entre governo Lula e Agrishow, Banco do Brasil bate recorde de negócios na feira

Instituição previa financiar R$ 1,5 bi em crédito agrícola, mas já passou de R$ 2 bi

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ribeirão Preto

Envolvido em uma crise institucional entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Agrishow, principal feira agrícola do país, o Banco do Brasil bateu recorde na edição deste ano, ao financiar mais de R$ 2 bilhões em apenas quatro dias de negócios.

A informação consta numa resposta do BB a um questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a publicação de notícia da retirada do patrocínio à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) feita pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, na última sexta-feira (28).

Placa indicativa das ruas da Agrishow com propaganda do Banco do Brasil
Placa indicativa de ruas da Agrishow, em Ribeirão Preto, com propaganda do Banco do Brasil - Marcelo Toledo-2.mai.23/Folhapress

"O Banco do Brasil está presente na feira, atuando comercialmente na realização de negócios e atendimento aos seus clientes, apresentando performance exitosa, gerando entre os dias 1º e 4 mais de R$ 2 bilhões em volume de negócios, superando a expectativa inicial, que era de R$ 1,5 bilhão", diz trecho do comunicado, assinado pelo vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do banco, Marco Geovanne Tobias da Silva.

O documento foi uma resposta ao ofício 134/2023, enviado no dia anterior, pedindo esclarecimentos.

A tensão entre o governo e a feira agrícola decorreu de um conflito envolvendo a organização da Agrishow e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura). No dia 25 de abril, Fávaro disse ter se sentido "desconvidado" após ser informado pelo presidente da feira, Francisco Matturro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaria da cerimônia de abertura.

Três dias depois, o governo federal ameaçou cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à feira. A crise fez com que a Agrishow anunciasse, na noite de sábado (29), que não realizaria mais a tradicional cerimônia de abertura, prevista para a última segunda (1º).

A Agrishow terminará nesta sexta-feira (5), e a expectativa de expositores ouvidos pela Folha é de que a marca de R$ 11,243 bilhões em negócios registrada em 2022 (R$ 11,77 bilhões, atualizada pela inflação) seja superada.

Com o cancelamento, Bolsonaro participou de um evento no auditório do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), do Governo de São Paulo, comandado por seu aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nele, o ex-presidente discursou a ruralistas e criticou o governo Lula principalmente em relação às demarcações de terras indígenas.

No mesmo documento à CVM, o banco informou que o patrocínio à edição deste ano da Agrishow "foi aprovado pelas instâncias decisórias competentes na governança do Banco do Brasil". O BB tem presença feira desde 1994, quando foi realizada a 1ª Agrishow em Ribeirão Preto.

Nas ruas da Agrishow, pequenas placas do Banco do Brasil estão expostas, assim como um grande painel na entrada do evento, que informa tanto o banco quanto o governo federal como patrocinadores da feira agrícola.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.