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Minha Casa, Minha Vida influencia novo cálculo do INCC; veja como fica

Índice, usado para reajustar prestação de imóvel na planta, será dividido por três padrões de construção civil

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São Paulo

O FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) anunciou nesta quarta-feira (21) mudanças no cálculo do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), importante indicador para monitorar o comportamento do mercado imobiliário e da construção civil no Brasil.

O INCC é usado para calcular o custo dos materiais usados em construções e ajusta as prestações do financiamento de imóveis em construção durante o período de obras. Depois do imóvel pronto, o financiamento é feito diretamente com o banco com outro índice de correção.

A partir de julho, as ponderações do novo INCC serão apresentadas em três padrões construtivos: econômico, médio e alto. Os materiais analisados também mudam e serão dispostos em novas nomenclatura e hierarquia. A revisão da metodologia, afirma o instituto, servirá para acompanhar as mudanças na estrutura de custos da construção civil. A última alteração foi feita em 2009.

Segundo André Furtado Braz, da FGV Ibre, as construtoras poderão consultar o INCC do seu padrão de construção (se é de alto padrão ou médio padrão, por exemplo), usando o indicador com "mais conforto" para captar a evolução dos custos de obra. A ampliação do índice inclui a gestão de projetos de habitação social, como o Minha Casa, Minha Vida, que, hoje, representa grande parte das vendas do setor construtivo.

Operário trabalha com lixadeira em obra de edifício residencial de 23 andares no bairro Cidade Ademar, em São Paulo - Eduardo Knapp -30.abr.20/Folhapress

A nova composição é baseada em orçamentos fornecidos por construtoras de maior expressão no cenário nacional, segundo o instituto. Esses orçamentos correspondem a projetos residenciais executados entre 2018 e 2022.

Na versão atual do índice, existem 52 subitens, dos quais 11 são relacionados à mão de obra. Com o novo cálculo, foram eliminados ou agrupados os itens com menor representatividade no custo total das obras. Agora, são 79 tipos de material, equipamento e serviço, incluindo 19 categorias de mão de obra relevantes.

De acordo com o FGV Ibre, a separação dos orçamentos por padrão da construção revelou diferenças no peso dos materiais e equipamentos entre construções de diferentes padrões e tecnologias, conforme o público a que o empreendimento se destina.

Pesos dos padrões construtivos no INCC

Padrões Pesos
Econômico (Eco) 33%
Médio (Med) 41%
Alto (Alt) 26%

A abrangência geográfica do INCC será mantida. O índice nacional continuará contando com sete cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília, cada uma respondendo por uma parcela do INCC. Esses pesos foram obtidos das Contas Regionais do IBGE e refletem, de acordo com o PIB, a participação da construção civil nos estados onde esses municípios estão localizados.

Pesos das capitais no INCC

Cidades INCC Atual INCC Novo
Recife 5,24 3,81
Salvador 9,31 7,84
Belo Horizonte 11,13 16,16
Rio de Janeiro 9,49 14,27
São Paulo 43,29 44,51
Porto Alegre 11,04 10,54
Brasília 10,5 2,87
Brasil 100 100

O INCC foi um dos primeiros índices desenvolvidos para monitorar a evolução dos custos da construção no Brasil. Criado em 1944, consolidou-se como um dos mais importantes indicadores de preços para o segmento, sendo também um dos componentes do IGP (Índice Geral de Preços) do FGV Ibre.

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