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Bolsa cai puxada por Eletrobras e Vale; dólar sobe com China ainda no radar

Mercado reage a dados fracos de indústria e varejo chineses, e pressão para estímulos cresce

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São Paulo

A Bolsa brasileira registrou seu 11º pregão seguido de queda pressionada por baixas de Vale e Eletrobras. O Ibovespa recuou 0,54% nesta terça-feira (15), encerrando a sessão aos 116.171 pontos.

Já o dólar subiu no Brasil e no exterior, ainda apoiado pela desaceleração da economia chinesa, e fechou o dia cotado a R$ 4,986, numa alta de 0,43%.

As negociações desta terça foram contaminadas por dados econômicos divulgados pela China, que vieram piores do que o esperado. As vendas do setor de varejo no país em julho subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto economistas ouvidos pela Reuters esperavam elevação de 4,5%. Já a produção industrial chinesa teve alta de 3,7%, ante projeção de 4,4%.

Os números somam-se à série de estatísticas frustrantes sobre a economia chinesa que vem gerando temores no mercado.

Pessoas em frente à B3, a Bolsa de Valores de São Paulo - Nelson Almeida - 17.jun.2022/AFP

Após os dados de produção industrial, a China decidiu cortar as taxas de juros do país para estimular a economia. Alguns analistas afirmam, no entanto, que será necessário mais suporte, e a pressão por novos estímulos do governo ganha mais força.

Nos Estados Unidos, por sua vez, as vendas ao varejo no mês passado tiveram desempenho mais forte dos que as projeções, mas o aumento de força do setor de varejo alimentou apostas no mercado de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) pode manter as taxas de juros do país em níveis altos por mais tempo.

Com isso, os principais índices acionários americanos caíram: o S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq recuaram 1,16%, 1,02% e 1,14%, respectivamente.

Nesse cenário, o dólar teve mais um dia de alta ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Em comparação a outras moedas fortes, a divisa americana manteve-se estável.

Na Bolsa brasileira, a Vale seguiu fazendo pressão nos negócios e registrou queda de 1,26% em meio aos temores sobre a China, mesmo em dia de alta do minério de ferro no exterior.

A Eletrobras também foi uma das principais baixas, com queda de 3,54% após seu presidente, Wilson Ferreira Junior, ter renunciado ao cargo na noite de segunda (14). Em comunicado ao mercado, a companhia informou que o conselho de administração elegeu Ivan de Souza Monteiro como novo CEO, mas não explicou ou motivos da saída repentina do antecessor.

A maior queda, no entanto, foi da Gol, que afundou 12,50% após sofrer um corte de recomendação de compra pelo Citi. A Azul aparece logo em seguida, com recuo de 6,59%, e baixas de Petz (4,66%), CVC (3,44%) e Méliuz (3,75%) completam o ranking de maiores tombos do dia.

Na ponta positiva, as ações da Petrobras tiveram alta e atenuaram a queda do índice. Os papéis preferenciais da petroleira, que foram os mais negociados da sessão, subiram 0,52%% após a empresa ter anunciado alta nos preços da gasolina e do diesel.

A medida foi vista de forma positiva pelo mercado pois integrantes do setor apontavam que os valores praticados pela Petrobras estavam defasados em relação ao mercado internacional, em meio a uma alta das cotações do petróleo, o que causava temores sobre possíveis interferências na política de preços da companhia.

"Consideramos o reajuste positivo para as ações da empresa, uma vez que afasta rumores sobre o prevalecimento de decisões políticas em assuntos estratégicos. O fundamento técnico segue prevalecendo à luz da Lei das Estatais", dizem analistas da Ativa Investimentos.

Nos mercados futuros, as curvas de juros registraram leves altas, impactadas tanto pelos dados de varejo da China quanto pelo aumento da percepção de que o Fed pode elevar os juros nos EUA. Os contratos para 2025 saíram de 10,45% para 10,50%, enquanto os para 2026 foram de 9,98% para 10,02%.

Com Reuters

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