Pacotes da 123milhas suspensos, rodeios esperam faturar R$ 10 bi e o que importa no mercado

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São Paulo

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123milhas suspende pacotes 'Promo'

A agência de viagens digital 123milhas anunciou na última sexta (18) a suspensão de pacotes e emissão de passagens aéreas da linha "Promo", que oferecia valores abaixo dos praticados no mercado, entre setembro e dezembro deste ano.

  • Clientes que já receberam passagem, eticket ou localizador estão com as viagens garantidas, segundo a empresa.

Entenda: os pacotes Promo, além de baratos –entre 30% a 40% de economia, segundo a companhia–, eram flexíveis. As passagens dessa linha poderiam ser emitidas para 24 horas antes ou depois da data escolhida pelo consumidor.

  • A 123milhas disse que os clientes prejudicados serão ressarcidos com vales, com valor corrigido em 150% do CDI ao mês.
  • Os vouchers valerão apenas para outros produtos do site (passagens aéreas, hotéis ou pacotes) e têm validade de 36 meses após a solicitação de reembolso, que pode ser feita neste site.
Fotografia colorida de uma família composta por um pai, dois filhos e uma mãe vistos de costas em um aeroporto, com o logo da 123milhas à frente da imagem e ocupando toda a tela.
Cena de comercial que divulga o programa de fidelidade da 123milhas, o 123fidelidade - Reprodução

Críticas: nas redes sociais, pessoas reclamam que o valor dos vouchers não basta para comprar passagens vendidas a preço de mercado, em função do preço promocional dos pacotes.

O anúncio da suspensão levou o Ministério do Turismo a pedir ao Ministério da Justiça que investigue a companhia. O Procon-SP também se manifestou, informando que notificará a empresa na segunda-feira (21).

O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, disse que a 123milhas não pode oferecer apenas a opção de voucher como forma de devolução do valor gasto e que ela deve dar o direito de optar pelo ressarcimento em dinheiro.

Comprou o pacote "Promo"? Tire aqui suas dúvidas sobre o cancelamento.


Rodeios esperam faturar R$ 10 bi

Retomados no ano passado após dois anos de paralisação, os rodeios ganharam um impulso neste ano, com mais eventos, públicos maiores e a expectativa de R$ 10 bilhões em faturamento.

  • Até o ano passado, a receita era estimada em pouco mais de R$ 8 bilhões.

O principal evento do setor, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, está em sua 68ª edição e espera 900 mil visitantes neste ano. São gerados por ela 10 mil empregos diretos e indiretos e R$ 1,24 bilhão de impacto na economia da cidade e região.



Mais números que explicam a força do setor:

  • 400 dos 645 municípios paulistas devem sediar rodeios no decorrer do ano;
  • R$ 200 mil é a estimativa do custo de organização de um pequeno rodeio;
  • R$ 1.000 é o valor médio da diária de um touro usado nos principais rodeios do país.
  • R$ 500 mil a R$ 700 mil é o custo médio de cachês de artistas no auge, segundo empresários do setor ouvidos pela Folha.

Mais sobre o assunto

Barretos dá título de cidadão honorário a Bolsonaro, gera críticas e Festa do Peão testa "legado" de ex-presidente.

O colunista Gustavo Alonso conta uma história da festa de Barretos que poucos sabem: "a ligação dela com um comunista histórico brasileiro, Oscar Niemeyer".


Por que Bolsa bateu recorde negativo?

A última semana no mercado financeiro brasileiro ficou marcada pelo recorde de quedas consecutivas da Bolsa, quando o Ibovespa atingiu 13 pregões no vermelho até fechar em alta na sexta (18).

  • Apesar da marca negativa, o recuo acumulado no período foi de menos de 6%, algo não tão fora do comum para os investidores.

O que explica o recorde negativo:

↳ Cenário externo:
o que acontece lá fora por muitas vezes costuma ditar o ritmo dos negócios aqui dentro, e analistas apontam essa como a principal causa da queda recente da Bolsa.

↳ Realização de lucros: apesar da queda recente, o ano ainda é bem positivo para a Bolsa local. Quando investidores veem um cenário azedo lá fora, muitos optam por embolsar o lucro gerado até agora para ficar de olho em uma nova oportunidade.

↳ Mercado ‘vidente’: o leitor pode estranhar o recorde negativo da Bolsa logo após o BC ter iniciado o corte de juros. Acontece que muito do dinheiro que é feito por operadores depende de sua análise de antecipar movimentos que acontecerão na economia.

  • Nesse caso, os analistas já previam uma queda de juros nessa parte do ano, apesar de haver divisão sobre o tamanho do corte.
  • Uma redução de 0,75 ponto na Selic nas próximas reuniões, essa sim não antecipada, foi descartada por muitos assim que saiu a ata da reunião do BC.

Opinião: Para entender por que o recorde negativo não gerou pânico na Faria Lima, temos que lembrar que o mercado é guiado pelos gringos, escreve o colunista Marcos de Vasconcellos.


Startup da Semana: Asaas

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2014, em Joinville (SC), a fintech foi criada para facilitar a gestão de cobranças e pagamentos por PMEs (pequenas e médias empresas), e hoje virou uma espécie de banco digital para esses negócios.

Em números: a Asaas anunciou recentemente ter levantado R$ 50 milhões por meio de um FIDC (fundos de investimento em direitos creditórios, entenda aqui).

  • Ao todo, entre FIDCs (esse é o segunda da empresa) e os aportes envolvendo o capital da startup, ela diz ter recebido mais de R$ 200 milhões em investimentos em sua história.

Quem investiu: em um primeiro momento, apenas investidores institucionais –como gestoras– compraram as contas do fundo, que foi estruturado pelo Itaú BBA.

Que problema resolve: a fintech é uma espécie de banco digital para PMEs, com conta digital, gestão de cobranças e cartão de crédito.

  • Os R$ 50 milhões levantados agora irão para o serviço de antecipação de recebíveis do cartão de crédito, em que as empresas pagam uma taxa para adiantar o valor de vendas feitas a prazo.
  • A Asaas diz ter transacionado R$ 15 bilhões de clientes nos últimos 12 meses. Desse valor, R$ 1 bilhão veio do cartão de crédito.

Por que é destaque: no atual período conhecido como "inverno das startups", em que os aportes e o volume de grana das rodadas diminuíram, mais empresas têm optado por levantar dinheiro via operações de dívida no mercado, como os FIDCs.

  • A opção pode ser vantajosa aos fundadores ao levar em conta que um aporte em troca de capital, nesse cenário, pode rebaixar a avaliação de mercado da startup –um pesadelo para empreendedores e antigos investidores.
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