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O que tem de novo no iPhone 15
A Apple anunciou nesta terça (12) sua nova linha de iPhones, carro-chefe da companhia que é responsável por quase metade de suas receitas.
Sem apresentar nada de muito novo além da mudança nos carregadores, a empresa voltou a priorizar melhorias nos modelos topo de linha.
As principais novidades do iPhone 15:
↳ Nas câmeras: o iPhone 15 Pro e o Pro Max agora têm zoom óptico de 5x, contra 3x da geração anterior e dos iPhones 15 e 15 Plus. As versões Pro também irão gravar "vídeos espaciais", para serem vistos com os óculos Vision Pro.
↳ No desempenho: as duas versões mais caras têm o novo processador A17 Pro, que promete mais desempenho e menos gasto de bateria. Os modelos de entrada vêm com o A16, que está nos Pro do iPhone 14.
↳ No design: a estrutura dos modelos de ponta agora é em titânio. A das versões de entrada continua o alumínio. Nos Pro e Pro Max, sai o clássico botão "mute" para um de ação personalizável, que permite silenciar o aparelho, ligar a lanterna ou abrir a câmera.
- Todos os modelos agora têm a interface Dynamic Island, que amplia a área de interação da tela ao redor da câmera frontal.
↳ Nos carregadores: a Apple passa a adotar o conector padrão USB-C, que vem na maioria dos modelos Android. Foi uma imposição da União Europeia à fabricante, que era a única a adotar o modelo Lightning.
Preços: no Brasil, os aparelhos que costumam chegar um mês após o lançamento irão sair a partir de R$ 7.299 (iPhone 15), R$ 8.299 (15 Plus) R$ 9.299 (15 Pro) e R$ 10.999 (15 Pro Max).
Momento desafiador: o lançamento da nova linha de iPhones vem em um mês em que a empresa acumula perda de US$ 180 bilhões em valor de mercado após a China ter proibido o uso dos dispositivos por funcionários públicos.
Ao mesmo tempo, ela tem que lidar com o freio no mercado global de smartphones –que atingiu os rivais com mais força– e com a concorrência da chinesa Huawei, que lançou seu aparelho mais potente.
A empresa da maçã também anunciou novidades nos smartwatches, com mais processamento e capacidade de bateria. Detalhes aqui.
Surge uma gigante global do papelão
A irlandesa Smurfit Kappa e a rival norte-americana WestRock anunciaram nesta terça a fusão de seus negócios, criando uma gigante do setor de embalagens de papelão avaliada em quase US$ 20 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões).
- No Brasil, a líder no segmento é a Klabin, empresa avaliada em cerca de R$ 25 bilhões.
O que explica o negócio: a demanda por papel ondulado explodiu durante a pandemia, quando as pessoas fizeram compras como nunca no ecommerce.
- Com o fim das restrições de locomoção, a procura pelos papelões diminuiu, enquanto a capacidade das fábricas, ampliadas durante a crise, passou a ficar ociosa.
- É nesse cenário que acontece a fusão da maior empresa do setor na América do Norte (WestRock) com a líder europeia (Smurfit) –cujos acionistas irão controlar a nova companhia, com 50,4% das ações.
As empresas tiveram um lucro ajustado combinado de US$ 5,5 bilhões (R$ 27,5 bilhões) e receita de cerca de US$ 34 bilhões (R$ 170 bilhões) para o ano encerrado em 30 de junho.
- Esses números tornam a Smurfit WestRock no maior grupo global de embalagens listado em Bolsa por receita, segundo o comunicado das empresas.
Inflação acelera, mas...
A inflação no país acelerou para 0,23% em agosto, para um índice acumulado de 4,61% nos últimos 12 meses, apontam dados do IBGE divulgados nesta terça.
- A alta veio abaixo do que esperava o mercado, cuja mediana das expectativas era de avanço de 0,28% para o mês.
O que explica:
- A alta foi puxada pela energia elétrica, que subiu 4,59% no mês passado, impactada pelo fim de um bônus de Itaipu creditado em julho e reajustes de tarifas.
- O que segurou o avanço do índice foi a alimentação no domicílio, que recuou 1,26% em agosto e registrou deflação de 0,62% em 12 meses. A explicação está na supersafra agrícola deste ano.
- Os analistas destacaram os resultados dos núcleos de inflação (que excluem da conta itens voláteis como energia e alimentos), que vieram abaixo das projeções.
O que esperar para a frente: os agentes do mercado avaliam que o resultado não deve influenciar em cortes de juros mais agressivos do que os antecipados pelo BC até o fim do ano.
- Neste segundo semestre, as projeções ainda indicam inflação próxima de 5%, acima do teto da meta (4,75%).
- Há também uma preocupação com o fenômeno climático El Niño mais para o fim do ano, que pode gerar prejuízos em regiões produtoras.
O último dos moicanos dos juros negativos
A única taxa de juros negativa no mundo pode estar com os dias contados.
O presidente do Banco Central do Japão, Kazuo Ueda, disse que tirar as taxas do atual -0,1% está entre as opções avaliadas caso o país continue com um mercado de trabalho aquecido e próximo da meta de inflação anual de 2%.
O que explica: a economia japonesa convive com a taxa de juros negativa desde janeiro de 2016. A medida foi adotada como uma forma de estimular a economia e evitar a deflação no país, algo que prejudica a atividade como um todo.
- As taxas não vieram para o positivo nem com a força inflacionária recente, que motivou aperto monetário nas maiores economias do planeta.
- A economia japonesa vem se recuperando e cresceu 1,5% no segundo trimestre, bem acima do 0,8% que esperava o mercado.
Os efeitos: uma taxa de juros positiva pode incentivar os japoneses a repatriarem seus recursos, que hoje estão em lugares em que a rentabilidade é mais atrativa.
- Isso também fortaleceria o iene, que vem se desvalorizando em relação ao dólar por causa das altas de juros do Fed (BC americano).
A reação do mercado à fala de Ueda já contribuiu um pouco para isso, mostra a Bloomberg.
Na segunda (11), o iene chegou a se valorizar mais de 1% em relação ao dólar, enquanto o rendimento do título público de dez anos subiu para o patamar mais alto desde 2014.
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