Provavelmente, "alguma coisa vai quebrar" com os últimos dados de empregos nos EUA, que forçarão o Federal Reserve (banco central americano) a manter juros mais altos por mais tempo, disse o ex-CEO da Pimco, Mohamed El-Erian.
"O Fed não vai receber bem este relatório", disse El-Erian, presidente do Queen’s College em Cambridge e conselheiro econômico-chefe da Allianz. "É uma má notícia para os mercados e para a Fed. No longo prazo, isso também pode acabar sendo uma má notícia para a economia."
Os dados divulgados nesta sexta-feira sobre geração de emprego nos EUA, baseados nas folhas de pagamento das empresas (payrolls, em inglês), são "consistentes" com sua previsão de uma possível recessão, disse El-Erian. "Esta é uma economia que se acostumou a taxas de juros ridiculamente baixas e a injeções de liquidez. A mudança de regime está acontecendo muito rápido."
Um mercado de trabalho robusto aumentou as expectativas de uma alta de juros do Fed em novembro, e levou o mercado a adiar sua previsão de futuros cortes. Agora, a previsão é que a primeira redução de 0,25 pontos percentual nas taxas ocorra em setembro de 2024, dois meses mais tarde que a previsão anterior, para julho.
"Isso coloca de volta na mesa um aumento para novembro", disse El-Erian, um dos economistas que mais criticou o Fed por ter começado tarde o combate à inflação. "Quando você fica para trás logo no início de um ciclo de inflação, você paga o preço quando chega no final."
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