Descrição de chapéu Selic juros

Entenda o que é a Selic e como ela afeta a sua vida

Desde 2017, taxa não atingia os dois dígitos; alta começou em março do ano passado

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São Paulo

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne ao longo do ano para definir a taxa básica de juros, conhecida como Selic.

Entre agosto de 2020 e março de 2021, ela esteve em seu nível mais baixo da história, aos 2% ao ano. Depois disso, passou por sucessivos aumentos até atingir 13,75%, em agosto de 2022.

A taxa ficou nesse patamar até agosto deste ano, quando foi reduzida em meio ponto percentual. Outro corte de 0,5 ponto foi realizado em setembro.

Entenda o que é a Selic e como ela pode afetar seu dia a dia.

Homem de camisa branca e mochila azul nas costas, desfocado, passa em frente a fachada recoberta de granito com o nome banco central dobrasil em letras de aço
Fachada do Banco Central - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O que é a Selic?

A Selic é a taxa básica de juros da economia e serve de referência para as outras taxas de juros do mercado financeiro.

A sigla é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, uma plataforma para a compra e venda de títulos públicos federais.

A média dos juros pagos pelo governo a quem compra esses papeis forma a taxa Selic.

Quando o Copom divulga a taxa Selic após uma reunião ele está, na verdade, fixando uma meta para as futuras compras e vendas dos títulos.

O que a Selic tem a ver com a inflação?

A texa básica de juros é considerada a principal forma de controlar a inflação, porque afeta as outras taxas de juros e, portanto, eleva ou reduz a facilidade para fazer empréstimos, consumir e investir.

Se os juros sobem, cai o estímulo ao consumo, a demanda se reduz e a tendência é que os preços fiquem controlados.

O efeito sobre a inflação, porém, não é imediato: economistas afirma que pode levar de seis a oito meses para se traduzir em maior ou menor atividade da economia e, portanto, afetar a inflação.

Como é definida a Selic?

A fixação da taxa Selic é realizada pelo Copom, comitê formado pelo presidente (atualmente, Roberto Campos Neto) e por oito diretores do Banco Central.

O comitê se reúne a cada 45 dias, durante dois dias, nos quais analisa indicadores, debate a conjuntura econômica e decide se altera a taxa Selic vigente.

Além da inflação, podem afetar essa decisão indicadores como emprego e desemprego, atividade econômica e índices de produtividade da economia.

Fatores externos, como taxas de juros do governo americano, tendência da cotação do dólar, preços de commodities e petróleo também podem afetar a decisão.

A taxa Selic afeta as contas públicas brasileiras? Como?

Sim. Os juros pagos pelo governo aos investidores que compraram títulos públicos federais têm como meta a taxa Selic estabelecida pelo Copom.

Quem compra um título público está, na prática, emprestando dinheiro para o governo, e cobra juros por esse empréstimo. Se a Selic está alta, o valor devido pelo Tesouro a seus credores cresce.

De acordo com o cálculo do BC feito em junho, um aumento de um ponto percentual na taxa Selic, mantido pelo período de 12 meses, tinha um impacto de R$ 38 bilhões na dívida bruta, o que corresponde a cerca de 0,4 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto).

Como isso afeta a vida das pessoas comuns?

Para as pessoas comuns, o efeito imediato acontece pelas taxas de juros cobradas em financiamentos como o da casa própria, do carro novo, do cartão de crédito ou do crediário. Também aparece em empréstimos em geral, seja um crédito pessoal seja para empresas.

Quando a Selic sobe, os juros pagos pelos bancos nas transações entre si ficam maiores, e, em decorrência disso, eles passam a cobrar taxas maiores de seus clientes.

Em situações em que a Selic está alta, tomar dinheiro emprestado fica mais caro, porque os juros que os bancos pagam em transações entre si ficam mais caros —e as instituições financeiras repassam esse aumento ao consumidor comum.

Por outro lado, com juros mais altos as pessoas têm mais incentivos para investir seu dinheiro em vez de consumir ou usá-lo em seus negócios e empresas, elevando a poupança.

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