Brasil fora do top 10 de CEOs, descontos da Apple na China e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (16)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (16). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:

Brasil fora do top 10 de CEOs

Pela primeira vez em dez anos, o Brasil não aparece entre os dez principais mercados considerados estratégicos para o empresariado mundial, mostra levantamento da PwC.

A pesquisa que ouviu 4.700 líderes empresariais pelo mundo, incluindo no Brasil, foi divulgada na abertura da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Em números:

  • 4º lugar, em 2014, foi a melhor posição do Brasil nos últimos dez anos, conforme a pesquisa anual da PwC;
  • 10ª foi a posição ocupada pelo país nas duas últimas pesquisas.

O que explica: a alta de juros global fez as empresas voltarem as atenções para seus mercados internos e para os EUA, onde os retornos ficaram maiores com o aperto monetário, afirma o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro.

Outros destaques do relatório:

↳ Para 39% dos executivos no mundo (33% no Brasil), as empresas que dirigem serão economicamente inviáveis em dez anos.

↳ O tempo consumido em atividades como reuniões e emails é considerado ineficiente por 40%.

60% esperam maior produtividade com os novos modelos de inteligência artificial, embora estes tenham sido adotados por apenas 1 em cada 3 empresas participantes.

41% dos CEOs afirmam aceitar retorno menor por investimentos pró ambiente, número que cai para 29% no Brasil.

Mais sobre Davos:


Apple tenta reconquistar chineses

A preocupação da Apple com a concorrência chinesa é tamanha que ela adotou no país uma estratégia raríssima: desconto nos modelos mais recentes do iPhone.

  • O corte nos preços chega a US$ 70 (R$ 340), o que significa um desconto de 6% a 8% no smartphone.
  • A empresa também reduziu US$ 112 (R$ 544) do preço de alguns notebooks MacBook Air.

A promoção começa na quinta-feira (18) e vai até domingo (21), antes do Ano Novo Lunar, que ocorre no próximo mês e é um dos maiores períodos de compras do ano na China.



Por que o mercado chinês incomoda a maçã? Os consumidores estão comprando mais smartphones desenvolvidos por empresas locais. Um exemplo é o Mate 60 Pro, da Huawei, que foi lançado no ano passado com um chip 5G e virou febre entre os chineses.

O mercado do gigante asiático é bem relevante para a Apple –representa um quinto de sua receita– e o freio na demanda por iPhones é apontado como a principal causa para a queda nas receitas da big tech nos últimos trimestres.

Na semana passada, a empresa perdeu para a Microsoft o posto de empresa de capital aberto mais valiosa do mundo.


Corretora chefiada por sobrinho de Haddad não paga impostos no Brasil

A Binance, maior corretora cripto do mundo, movimenta bilhões no Brasil sem pagar impostos sob o argumento de não possuir sede no país, mostra o repórter Thiago Amâncio.

A operação brasileira é chefiada por Guilherme Haddad Nazar, sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A Binance: principal corretora de criptoativos do mundo, está sob escrutínio desde o fim do ano passado, quando admitiu em um processo nos EUA ser culpada de acusações de lavagem de dinheiro e concordou em pagar US$ 4,3 bilhões (R$ 16,6 bilhões) em multas.

No Brasil, a empresa esteve no alvo da CPI das Pirâmides Financeiras, em que foi caracterizada como a plataforma preferida para aplicar golpes. A comissão terminou com pedido de indiciamento tanto de Nazar, sobrinho de Haddad, quanto do ex-CEO CZ.

Com o argumento de não ter sede no país, a corretora não paga ISS (Imposto Sobre Serviço) sobre as taxas de corretagem, nem reporta à Receita Federal as transações dos usuários, para que paguem imposto de renda sobre o ganho de capital.

Em nota, a Binance disse que "atua em total conformidade com o cenário regulatório do Brasil" e que salienta aos clientes "que é de responsabilidade deles fazer o devido reporte à autoridade, no caso, a Receita Federal".

O marco legal dos criptoativos, aprovado pelo Congresso no fim de 2022, prevê que as empresas estrangeiras que operem no mercado tenham sede no Brasil.

O BC (Banco Central), órgão responsável por definir as regras de funcionamento desse mercado, submeteu à consulta pública uma série de perguntas que nortearão o preparo de uma minuta de portaria.


Pão de Açúcar dispara; Gol tomba

As ações do Grupo Pão de Açúcar e da Gol estiveram entre os destaques no pregão da Bolsa desta segunda (15) –por motivos opostos.

  • Os papéis da varejista fecharam em um salto de 25%;
  • As ações da companhia aérea tombaram 6%.

O que explica:

↳ No Pão de Açúcar
, a expectativa é pelo follow-on (oferta subsequente de ações) da companhia, que pode movimentar cerca de R$ 1 bilhão. Ela informou ao mercado que convocou uma assembleia para a segunda (22) que decidirá sobre a capitalização.

  • Os investidores esperam que o grupo francês Casino, controlador da varejista, não acompanhe a oferta.
  • Caso confirmado, isso reduziria a participação e a influência dos franceses na empresa brasileira, algo bem visto pelos acionistas.

↳ Na Gol, a queda das ações foi uma reação do mercado à notícia publicada pela coluna Painel S.A. no domingo (14) de que a companhia aérea avalia entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA em até um mês.

  • A empresa tem enfrentado dificuldades para honrar com as dívidas de curto prazo, e o pedido de proteção contra credores mostra que sua situação financeira está longe de ser confortável.
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.