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Bolsa cai em meio a dúvidas sobre corte de juros nos EUA; dólar tem leve alta

Investidores tentam alinhar apostas após sinalizações cautelosas de membros do Fed

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São Paulo

A Bolsa brasileira fechou em queda de 0,59% nesta quarta-feira (17), aos 128.523 pontos, com investidores ajustando posições em meio a redução do otimismo sobre cortes de juros nos Estados Unidos.

O dólar, por sua vez, fechou em leve alta de 0,10%, cotado a R$ 4,929.

Painel eletrônico de índices de mercado na B3, a Bolsa brasileira, em São Paulo - Paulo Whitaker - 7.jan.2016/Reuters

O início do ciclo de queda da taxa de juros nos Estados Unidos, movimento amplamente esperado pelos mercados globais, segue no radar. Alguns analistas mais otimistas preveem que o corte comece em março, mas esse não é o consenso entre os operadores.

Números mais recentes e sinalizações cautelosas de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) jogaram um balde de água fria no mercado, que agora busca alinhar as apostas sobre o futuro da política monetária americana.

O desempenho do Ibovespa nesta quinta também foi puxado pelo minério de ferro, que impacta nas ações da Vale, uma das empresas de maior peso no principal índice da Bolsa.

A mineradora fechou em queda de 1,66%, afetada pelo resultado do PIB (Produto Interno Bruto) chinês, que cresceu 5,2% no quarto trimestre de 2023, abaixo das expectativas do mercado. Além disso, os preços de imóveis no país caíram pelo sexto mês consecutivo em dezembro, agravando preocupações sobre o setor.

"Os números do PIB chinês revelaram uma realidade complexa para a economia com um crescimento alinhado com as expectativas do Partido Comunista Chinês. A nação ainda enfrenta diversos desafios persistentes que pressionam sua demanda, exemplo demonstrado pela maior queda em dez anos dos preços de imóveis residenciais", afirmou a equipe de análises da Guide Investimentos.

Já o dólar veio em linha com o registrado no exterior: o índice DXY —que compara o dólar em relação a uma cesta de outras moedas fortes— também tinha oscilação positiva de 0,10% no fim desta tarde.

A expectativa era de que os números de vendas do varejo dos EUA mexessem com a divisa norte-americana: os dados mostraram alta de 0,6% em dezembro, ante expectativa de 0,4% entre especialistas consultados pela Bloomberg.

Para Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, não foi esse o caso, e o dólar fechou praticamente estável. Na renda variável, porém, o indicador pesou.

"A divulgação de dados de vendas no varejo nos Estados Unidos acima do esperado acendeu o alerta sobre uma possível resistência do movimento de baixa inflação, o que pode adiar o início do ciclo de baixa de juros nos Estados Unidos. Isso também trouxe incerteza para os mercados hoje", afirma Cardozo.

As ações das petroleiras PetroRio (1,81%) e 3R Petroleum (3,97%) também puxaram o índice da Bolsa para baixo, com as tensões na região do Mar Vermelho levando volatilidade aos preços do petróleo.

Entre as altas, lideraram SLC Agricola (3,87%) e Natura (2,63%).

As Bolsas do exterior também encerraram a sessão em queda, diante das incertezas quanto ao corte de juros nos EUA.

Nos mercados locais, os juros futuros de curto prazo fecharam em leve queda. Os contratos para 2025 recuaram 0,26%, indo de 10,13% para 10,10%.

Os de longo prazo subiram, em meio a movimentos técnicos e a novas altas dos rendimentos dos títulos do Tesouro americado, os chamados "treasuries", no exterior. Contratos para 2031 tiveram leve alta de 0,09%, de 10,58% para 10,59%.

Com Reuters

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