Descrição de chapéu Folhainvest Estados Unidos

Bolsa registra nova queda puxada por Petrobras e bancos; dólar fecha estável

Novos dados de inflação nos EUA mostram aceleração, mas vêm em linha com o esperado, deixando em aberto apostas sobre juros americanos

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São Paulo

A Bolsa brasileira registrou mais um desempenho negativo nesta quinta-feira (29) e fechou aos 129.020 pontos, com baixa de 0,87%.

As principais quedas do dia foram do setor financeiro: Itaú e Bradesco recuaram 2,47% e 1,50%, respectivamente, e ficaram entre as mais negociadas da sessão. O maior tombo foi da Ambev, que caiu 6,46% após ter divulgado seu balanço do quarto trimestre.

A Petrobras, uma das empresas de maior peso do Ibovespa, continuou caindo e encerrou o dia com recuo de 0,71%, ainda impactada por declarações de seu presidente, Jean Paul Prates, sobre a distribuição de dividendos.

Com o resultado desta quinta, o Ibovespa encerrou o mês com valorização de 1%.

Nota de dólar
Investidores reagem aos dados divulgados pelos governos do Japão e do Reino Unido - Dado Ruvic/Reuters

No câmbio, o dólar manteve-se estável, com oscilação positiva de 0,05%, cotado a R$ 4,973. No acumulado do mês, a moeda americana teve valorização de 0,67%.

Nesta quinta, o foco do mercado esteve na divulgação de novos números sobre a inflação americana.

Os preços nos Estados Unidos subiram em janeiro, mas o aumento anual da inflação foi o menor em quase três anos, mantendo em aberto um corte na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) em junho.

O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), o mais acompanhado pelo Fed para as decisões sobre juros, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio norte-americano nesta quinta. Os dados de dezembro foram revisados para baixo, mostrando um aumento de 0,1% no índice de preços PCE, em vez de 0,2%, conforme informado anteriormente.

Nos 12 meses até janeiro, a inflação do PCE foi de 2,4%. Esse foi o menor aumento anual desde fevereiro de 2021 e seguiu-se a um avanço de 2,6% em dezembro.

"Os dados são positivos para o cenário do banco central norte-americano. Contudo, o segundo processo de desinflação é mais lento do que o primeiro, e por isso a autoridade monetária não terá pressa em modificar o atual plano de ação. Os próximos dados serão importantes, pois indicarão se a inflação convergirá de forma sustentável para a meta de longo prazo, que é de 2,0%", diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

A casa projeta um arrefecimento dos preços ao longo dos próximos meses, com a inflação se aproximando da meta no terceiro trimestre deste ano.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice PCE subiria 0,3% no mês e aumentaria 2,4% em base anual. O aumento mensal refletiu os aumentos nos preços ao consumidor e ao produtor no mês passado, que a maioria dos economistas atribuiu a aumentos de preços das empresas no início do ano.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, os números do PCE de janeiro não alteram o cenário de corte de juros projetado pelo banco central americano.

"O resumo é que as duas mensagens do Fomc [Comitê de Política Monetária americano] estão mantidas: o ciclo de alta está encerrado, mas o início do próximo ciclo de redução dos juros ainda não está definido. Certamente não será em março e muito provavelmente não será em maio", afirma Igliori.

Após a divulgação, os principais índices americanos fecharam em alta: O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,52%, 0,12% e 0,90%, respectivamente.

"O Ibovespa manteve-se descolado dos pares de NY, como tem sido a tônica recente ao não conseguir acompanhar o rally das techs. Hoje, enquanto as bolsas norte-americanas se apoiaram no alívio com a inflação, o índice sentiu o peso da queda de blue chips como bancos, AmBev e Petrobras, mas foi um movimento bem generalizado", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Com Reuters

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