Brigas e insultos marcam abertura de feira agrícola com Macron na França; veja fotos

Presidente francês é alvo de ofensas e pedidos de manifestantes para deixar o cargo

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Paris | AFP

Depois de mais de quatro horas de atraso e entre vaias, insultos e brigas, o presidente da França, Emmanuel Macron, inaugurou neste sábado (24) a feira da agricultura em Paris, um evento-chave para um setor descontente que protagonizou importantes manifestações em janeiro.

A feira da agricultura, evento anual que costuma ser visitado pelos presidentes franceses, acontece na capital até 3 de março e ocorre em um contexto tenso, depois que os agricultores bloquearam várias rodovias do país no final de janeiro e mantêm uma série de protestos com o apoio de outros países.

Manifestantes trocam empurrões e insultos durante abertura de feira agrícola em Paris, que teve a presença do presidente Emmanuel Macron
Manifestantes trocam empurrões e insultos durante abertura de feira agrícola em Paris, que teve a presença do presidente Emmanuel Macron - Stephanie Lecocq/Reuters

A chegada de Macron ao evento, por volta das 8h (horário local, 4h em Brasília), coincidiu com cenas de violência e confusão, com dezenas de manifestantes tentando forçar as grades para entrar no local antes da abertura, provocando confrontos com as forças de segurança.

O presidente estava protegido por dezenas de policiais "antidistúrbios", que empurravam os manifestantes para que não se aproximassem dele. Alguns o chamaram de "mentiroso", gritaram "saia" e pediram sua renúncia.

A feira foi inaugurada por Macron com quatro horas e meia de atraso em relação ao programa inicial. Mas, apesar das cenas de caos, ele conseguiu dialogar informalmente com os agricultores, alguns dos quais eram membros dos três principais sindicatos agrícolas do país.

"Sempre prefiro o diálogo à confrontação (...) A confrontação não produz nada", declarou o mandatário de 46 anos, reeleito para um segundo mandato de cinco anos, ao vencer a candidata de extrema direita, Marine Le Pen, em 2022.

Cercado por sindicalistas, Emmnauel Macron (de camisa branca e gravata) conversa com agricultores em feira agrícola em Paris
Cercado por sindicalistas, Emmnauel Macron (de camisa branca e gravata) conversa com agricultores em feira agrícola em Paris - Christophe Petit Tesson / AFP

Macron se comprometeu, entre outras coisas, a propor a instauração de "preços mínimos" para "proteger os rendimentos agrícolas", no âmbito de uma nova lei que deve regular as relações entre os diferentes atores da indústria alimentar.

Esses "preços mínimos" serão baseados nos indicadores de custos de produção de cada setor (aves, laticínios, bovinos...).

Em novembro, a ministra francesa do Consumo, Olivia Grégoire, havia discordado de uma medida semelhante votada e rejeitada no Parlamento, alegando que lhe lembrava "Cuba ou a União Soviética".

O presidente também reiterou seu desejo de evitar que um pesticida seja proibido na França antes do que no resto da União Europeia, para evitar distorções de concorrência.

Após os protestos agrícolas que abalaram o país no final de janeiro, Macron já havia anunciado uma série de medidas. Entre elas estava um maior controle da origem dos produtos e a recusa em assinar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

No primeiro dia da feira da agricultura, ele mostrou, no entanto, sua rejeição à ideia de que o comércio internacional prejudicaria o setor agrícola local.

Os protestos das últimas semanas também afetaram outros países europeus, como Alemanha, Polônia, Romênia, Bélgica, Itália e Espanha.

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