Descrição de chapéu The New York Times

Dois grandes produtores de petróleo do Texas anunciam fusão de US$ 26 bilhões

Diamondback Energy e a Endeavor Energy Resources deverão produzir juntas 816.000 barris de petróleo e gás por dia

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The New York Times

Dois grandes produtores de petróleo do Texas estão se unindo em um acordo avaliado em US$ 26 bilhões (R$ 130 bilhões), o mais recente em uma onda de consolidação na indústria de energia dos Estados Unidos.

A Diamondback Energy e a Endeavor Energy Resources, ambas importantes players no próspero campo de petróleo da Bacia do Permiano, que atravessa o Novo México e o Texas, anunciaram na segunda-feira (12) que se fundiriam em um acordo em dinheiro e ações, com os acionistas da Diamondback possuindo cerca de 60% da empresa combinada.

Bacia do Permiano no Condado de Loving, Texas, EUA - Angus Mordant/REUTERS

A Bacia do Permiano já foi vista como uma área esgotada. Mas, ao longo da última década, avanços tecnológicos, incluindo o advento da fratura hidráulica, ou poços horizontais fraturados hidraulicamente, abriram seus campos de xisto ricos em petróleo e gás para o desenvolvimento. A bacia foi transformada no campo de petróleo e gás mais produtivo dos Estados Unidos.

"Com essa combinação, a Diamondback não apenas fica maior, mas também melhora", disse Travis Stice, CEO da empresa, em comunicado.

A Diamondback Energy, fundada em 2007 e com ações negociadas publicamente desde 2012, informou que teve US$ 9,6 bilhões (R$ 48 bilhões) em receita, principalmente proveniente de petróleo, e mais de US$ 4 bilhões (R$ 20 bilhões) em lucro no último ano fiscal. Ela tem um valor de mercado de cerca de US$ 27 bilhões (R$ 135 bilhões).

"A Diamondback foi construída por meio de uma estratégia de aquisição e exploração", escreveu Stice em uma carta aos acionistas em novembro. Ele acrescentou que ser um "operador de baixo custo" tem sido a força da empresa e que "esperamos que a Diamondback continue sendo uma consolidadora no futuro".

As raízes da Endeavor remontam a 1979, quando um explorador de petróleo, Autry Stephens, perfurou seu primeiro poço no oeste do Texas. Ele transformou seu negócio na Endeavor em 2000, e ela se tornou uma das maiores operadoras privadas do país. Mas Stephens, cujo patrimônio a Bloomberg estima em quase US$ 15 bilhões (R$ 75 bilhões), agora tem 85 anos, e a atual onda de consolidação torna este um bom momento para vender.

"À medida que olhamos para o futuro, temos confiança de que nos unir à Diamondback é uma oportunidade transformadora para nós", disse Stephens em comunicado.

A febre de acordos tem varrido a indústria, à medida que empresas de petróleo e gás correm para se consolidar, apesar das previsões de que o pico do petróleo está a apenas alguns anos de distância, à medida que o mundo se afasta dos combustíveis fósseis. Ao longo dos anos, a indústria de perfuração de xisto se tornou um processo industrial, com as empresas mais fortes adquirindo mais terras para obter melhores opções e custos mais baixos.

A empresa combinada seria um importante player, produzindo 816.000 barris de petróleo e gás por dia em um total de 838.000 acres. De acordo com um comunicado de imprensa, eles seriam capazes de se equilibrar financeiramente com o petróleo abaixo de US$ 40 o barril, bem abaixo do preço atual de cerca de US$ 76 (R$ 380) o barril para o West Texas Intermediate, o padrão dos EUA.

As empresas esperam que o acordo seja concluído no quarto trimestre deste ano, sujeito a aprovações de reguladores e acionistas.

Uma série de grandes acordos foram anunciados um após o outro no outono passado. Em outubro, a Exxon Mobil disse que compraria a Pioneer Natural Resources por US$ 59,5 bilhões, posicionando a Exxon Mobil como o maior player no Permiano. Mais tarde, naquele mês, a Chevron, a segunda maior empresa de petróleo dos EUA, disse que compraria a Hess em um acordo avaliado em US$ 53 bilhões, embora os ativos mais valiosos nessa transação estivessem no exterior, na Guiana.

A Occidental Petroleum fez uma jogada agressiva no Permiano em 2019, quando superou a Chevron ao gastar quase US$ 40 bilhões para comprar a Anadarko Petroleum. Em dezembro, a Occidental anunciou que estava comprando a CrownRock, uma produtora de petróleo de propriedade privada na região, por US$ 12 bilhões. A compra abrangeu 94.000 acres, incluindo cerca de 1.700 locais não desenvolvidos, disse a Occidental.

A Bacia do Permiano tem sido um foco para ambientalistas preocupados com como o boom da fratura hidráulica tem esgotado os recursos hídricos e levado a emissões de metano.

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