Descrição de chapéu Banco Central

Servidores do BC recusam proposta do governo e anunciam paralisação nos dias 20 e 21

Nova mesa de negociação com o Ministério da Gestão ocorrerá também no dia 21

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Brasília

Servidores do Banco Central decidiram nesta sexta-feira (9) rejeitar a proposta do governo federal e então aprovaram um indicativo de greve, com uma paralisação inicial de 48 horas, prevista para os dias 20 e 21 deste mês.

Os representantes da categoria já tinham demonstrado insatisfação com a última rodada da mesa de negociação com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que havia sido realizada no dia anterior. No entanto, aguardavam o resultado da assembleia para anunciar se rejeitariam ou não o que foi apresentado.

Servidores do Banco Central fazem protesto em frente ao prédio da instituição, em Brasília - Pedro Ladeira - 1 nov. 2023/Folhapress

Segundo o Sinal, um dos sindicatos da categoria, a rejeição à proposta do governo federal foi decidida por 97% dos servidores presentes na assembleia.

"A contraproposta do MGI pressupõe um reajuste de apenas 13%, parcelado para 2025 e 2026, e não atende às principais reivindicações da categoria, como a exigência de nível superior para o cargo de Técnico, a mudança do nome do cargo de Analista para Auditor, e a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional", informou o sindicato em nota.

A categoria solicita que esse reajuste seja de 36%.

Além da decisão pela paralisação de 48 horas, os servidores também decidiram pela entrega imediata dos cargos comissionados. Isso, acrescentam os representantes da categoria, resultará no "esvaziamento do comando do BC, incluindo gerências e diretorias".

Os representantes da categoria informaram que até o início da tarde desta sexta-feira (9), mais de 50 servidores já haviam comunicado oficialmente seu desligamento das funções gerenciais.

O Sinal e outras duas entidades representativas da categoria também divulgaram uma nota conjunta, na qual afirmam que o plano do governo se mostrou "absolutamente inaceitável e desrespeitoso" com o processo de negociação. As entidades decidiram não apresentar uma contraproposta.

O Banco Central divulgou uma nota na noite desta sexta-feira (9) na qual afirma que "reconhece o mérito das reivindicações e o direitos dos servidores de promoverem manifestações organizadas".

O texto ainda acrescenta que a instituição "confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e no compromissos" desses com o Banco Central e com a sociedade.

O Banco Central ainda acrescenta que o movimento não tem afetado o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, como STR, Pix, Selic, entre outros.

Na noite de quinta-feira (8), após a realização da mesa de negociação, O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos divulgou uma nota na qual afirma que reinstalou no início do ano passado a mesa permanente de negociação com os servidores públicos e que o primeiro acordo fechado foi um reajuste linear 9% para todos os servidores, inclusive para os do Banco Central, além do aumento de 43,6% no auxílio alimentação.

A pasta acrescenta que teve início no segundo semestre o debate sobre o reajuste para o ano de 2024, no qual foram abertas 21 mesas específicas para tratar de algumas carreiras. No âmbito desses instrumentos, sete acordos para reestruturação de carreiras foram fechados.

"A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal", afirma o texto da nota, concluindo que a pasta segue aberta para diálogo com os servidores do Banco Central e de outras categorias.

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