Fuga de estrangeiros da Bolsa, colapso de ponte nos EUA afeta montadoras e o que importa no mercado

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São Paulo

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Fuga de gringos

Depois de inundar a Bolsa brasileira com dólares no fim do ano passado, os investidores estrangeiros começaram este ano resgatando seus recursos.

Em números:

  • R$ 21,8 bilhões foram sacados pelos gringos no mercado secundário (não conta ofertas como IPO) da Bolsa neste ano;
  • R$ 45 bilhões foram injetados pelo estrangeiro na B3 em todo ano passado;
  • 4,84% é a queda do Ibovespa em 2023.

O que explica:

Lá fora: a aposta do fim do ano passado de que os juros nos EUA poderiam cair no primeiro trimestre não se concretizou –a expectativa hoje está para o segundo semestre.

  • Uma política monetária americana menos frouxa que o imaginado devolve atratividade para os títulos do Tesouro americano e tira o brilho de mercados emergentes.
  • Essa é a principal razão apontada pelos analistas para a fuga de estrangeiros da Bolsa.

Aqui: a posição do governo Lula (PT) em relação às duas maiores empresas da Bolsa também contribui para esse fluxo de saída.

  • O Goldman Sachs recomendou na última semana que investidores apostem contra estatais brasileiras e priorizem companhias privadas.

O retrofit na Casas Bahia

Em meio à reestruturação, a Casas Bahia não vai abrir uma loja sequer em 2024, assim como aconteceu no ano passado. Neste ano, a empresa prevê fechar 20 unidades.

Em números:

  • 1.078 lojas possui hoje o grupo, entre as bandeiras Casas Bahia e Ponto; eram 1.133 em 2022.

O que explica a crise da varejista: é um misto entre erros passados na operação e o azedume do setor, avaliam analistas.

↳ O boom do ecommerce no início da pandemia causou uma espécie de digitalização forçada de varejistas tradicionais para acompanhar as concorrentes que nasceram digitais. Agora, os erros do processo atabalhoado aparecem.

↳ O varejo é o setor que mais sentiu a alta rápida dos juros no país. Não apenas porque reduziu o apetite de compra do consumidor, mas também porque encareceu o endividamento das companhia.

Como a Casas Bahia quer arrumar a casa:

  • Fechou pontos de venda, quatro centros de distribuição (hoje são 29) e demitiu 8.600 funcionários (atualmente são cerca de 30 mil colaboradores).
  • Alongou com bancos para três anos o pagamento de R$ 1,5 bilhão de dívidas –do total de R$ 3,9 bilhões em passivos.
  • Prioridade para móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Nas lojas,não se encontra mais itens como brinquedos, utilidades domésticas ou itens de higiene pessoal.

O presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, se diz animado com o futuro.

"Haverá uma melhoria gradativa a cada trimestre. A empresa está se tornando mais leve, eficiente e rentável para enfrentar qualquer cenário, mesmo com demanda mais reprimida", afirmou.


Ponte quebrada e porto fechado

O acidente que causou o colapso da ponte Francis Scott Key após o choque com um navio, em Baltimore, levou também ao fechamento do porto da cidade.

Agora, montadoras tentam entender os impactos para sua operação, já que o terminal é o principal para o setor automotivo no país. Ele responde por 15% das importações para os EUA em 2023.

Efeito-cadeia: o choque do navio porta-contêineres Dali com a ponte fez as fabricantes desviarem entregas e exportações para outros portos.

  • Mas esses terminais devem ficar sobrecarregados, além de não possuírem mão de obra qualificada e equipamentos especializados como em Baltimore.

Impactos: um grupo automotivo que exporta para os EUA por Baltimore disse ao Financial Times que o colapso da ponte poderia afetar consideravelmente seus números de vendas no país nos próximos meses, mas que ainda é cedo para cravar.

Outro importante exportador europeu disse ao jornal britânico que alertou os revendedores para esperar "atrasos" nos envios de veículos.

As fabricantes de automóveis esperam uma "desaceleração em vez de interrupção" nas entregas.


Apenas para maiores –de 14

A Flórida proibiu o uso de certas redes sociais, como Instagram e TikTok, por menores de 14 anos. Foi o primeiro estado americano a tomar tal medida.

  • O documento não menciona plataformas específicas, mas é direcionado a redes que dependem de funcionalidades como notificações de alerta e vídeos que se reproduzem automaticamente.
  • A lei ainda exige que as plataformas obtenham permissão dos pais para dar o acesso a jovens de 14 e 15 anos. Ela começará a valer em janeiro do ano que vem.

O argumento: defensores da lei apontaram estudos recentes que relacionam o uso de mídias sociais entre jovens a um maior risco de depressão e desafios de saúde mental.

Ron DeSantis, governador da Flórida, disse "ficar enterrado" em dispositivos o dia todo não é a melhor maneira de crescer.

Sim, mas…A lei certamente será questionada na Justiça sob o argumento de que ela viola os princípios de liberdade de expressão.

Outros estados americanos que tentaram obrigar as redes sociais a verificar a idade dos usuários para liberar o acesso tiveram sua decisão revertida por juízes federais após processos da NetChoice, que representa empresas como Meta, Snap e TikTok.

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