Analistas avaliam que a Petrobras desapontou o mercado ao não anunciar um pagamento de dividendos extraordinários junto da divulgação de resultados trimestrais. Nessa quinta-feira (7), a empresa divulgou queda de 33,8% no lucro líquido em 2023 e uma proposta de distribuição de dividendos equivalente a R$ 14,2 bilhões.
Segundo os investidores, a decisão sobre os dividendos deve penalizar fortemente a ação da companhia nesta sexta-feira (8). No exterior, os ADRs, registros de ações, registravam queda de mais de 10% nas negociações pré-mercado (antes da abertura do pregão) nos Estados Unidos e também na Alemanha.
"Com base em nossa recente conversa com investidores, acreditamos que o mercado esperava um anúncio de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões (entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões) em dividendos extraordinários", afirmaram analistas do Goldman Sachs em nota a clientes.
"Acreditamos que a falta de dividendos extraordinários manda sinais confusos em relação à estratégia de alocação de capital de curto prazo, especialmente porque vemos a Petrobras detendo cerca de US$ 18 bilhões em caixa no final de 2023", disse a equipe do Santander.
No mesmo relatório, o Santander rebaixou a recomendação para ação da Petrobras para "neutral" e cortou seu preço-alvo em 2024 para US$ 18 por ADR (R$ 47 por ação).
A Petrobras tem sido uma grande pagadora de dividendos a seus acionistas nos últimos anos, com distribuição generosas principalmente durante a gestão anterior, quando a empresa pagou significativamente mais do que qualquer outra grande petroleira ocidental durante pelo menos dois trimestres.
"A mensagem que foi passada é muito clara: os investidores devem esperar apenas dividendos mínimos para a Petrobras", escreveram analistas do JPMorgan, dizendo que o pagamento do quarto trimestre representa um baixo yield de dividendos de 8,1% em 2024, "substancialmente abaixo dos pares".
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