Ajuste fiscal adiado, demissões na Tesla e o que importa no mercado

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São Paulo

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Ajuste fiscal adiado

A decisão do governo Lula (PT) de propor uma revisão na meta fiscal do ano que vem acaba, na prática, deixando o trabalho do ajuste fiscal para a próxima gestão.

Entenda: a equipe econômica decidiu reduzir a meta fiscal de 2025 de superávit de 0,25% para zero –assim como o resultado projetado para 2024, que o mercado duvida que será alcançado.

  • Na meta ainda há uma margem de tolerância de 0,25% do PIB para mais ou menos. Isso significa um resultado positivo ou negativo em 2025 de até R$ 31 bilhões.
  • Para 2026, o alvo passou para 0,25% do PIB. Considerando a margem de tolerância, portanto, o governo Lula 3 pode terminar sem ajuste fiscal.

Como era: superávit de 0,5% do PIB no ano que vem e resultado positivo de 1% do PIB já em 2026.

Como fica: déficit zero no ano que vem, superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% do PIB em 2028.

  • Ou seja, além da piora do cenário fiscal, o Executivo também reduziu a velocidade do ajuste fiscal de 0,5 ponto ao ano para 0,25 ponto ao ano entre 2025 e 2027.

Por que importa: os cálculos consideram que a dívida pública brasileira seguirá crescendo até, pelo menos, 2027. Isso porque a própria equipe econômica calcula que é preciso um superávit de 1% do PIB para estabilizar a dívida.

  • Pelas projeções do Executivo, a dívida alcançará os 79,7% do PIB em 2027, para só então começar a cair lentamente.

Críticas: economistas ouvidos pela Folha disseram que a revisão da meta enfraquece o arcabouço fiscal, que parece ter sido uma proposta ambiciosa demais da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e deixa uma carga difícil para o próximo governo.

Reação: em um dia negativo também lá fora, o dólar disparou. Encerrou em alta de 1,19%, a R$ 5,18, seu maior valor desde março de 2023. Durante o dia, a divisa superou os R$ 5,21 após a confirmação de Haddad de que o governo revisaria a meta.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que mudanças que tirem a credibilidade da meta fiscal tornam o trabalho da autoridade mais difícil e aumentam o custo da política de juros.


Demissão em massa na Tesla

A Tesla vai demitir mais de 10% de seus trabalhadores, conforme um documento interno da companhia visto pela Reuters.

"Aproximadamente a cada cinco anos, precisamos reorganizar e otimizar a empresa para a próxima fase de crescimento", escreveu Elon Musk, CEO da montadora, no X.

Em números:

  • 140 mil funcionários tinha a Tesla no final de 2023, de acordo com arquivos enviados à SEC (CVM americana).
  • 5,59% foi a queda das ações da companhia nesta segunda, em reação aos cortes e também em um dia ruim para o mercado como um todo.

Um ano para esquecer? A companhia já perdeu cerca de um terço de seu valor de mercado em 2024, em meio a dificuldades para aquecer a demanda por veículos elétricos e garantir uma margem de lucro acima dos pares.

  • O resultado disso foi uma queda nas entregas de carros no primeiro trimestre, o primeiro recuo em quatro anos.

Sobe e desce

Três meses após ter ultrapassado a Samsung como maior fabricante global de smartphones, a Apple viu a rival sul-coreana mais uma vez reassumir a liderança no primeiro trimestre deste ano. Os números são da consultoria IDC (International Data Corporation).

Em números:

  • 60,1 milhões de unidades foram entregues pela Samsung nos primeiros três meses deste ano, em estabilidade com o mesmo período do ano passado; a participação de mercado ficou em 20,8%.
  • 50,1 milhões de iPhones foram vendidos no primeiro trimestre, tombo de 10% em relação ao ano anterior; a fatia do mercado ficou em 17,3%.

O que explica a queda da Apple? China.

↳ A empresa da maçã passa por dificuldades com a concorrência em um de seus principais mercados. Ela chegou inclusive a oferecer descontos –algo bem raro para a companhia– para tentar reconquistar o consumidor local.

↳ A Huawei surpreendeu no ano passado ao lançar um novo smartphone com chip para conexão 5G, componente a que ela não tinha acesso por causa de sanções dos EUA. O produto foi um sucesso de vendas entre os chineses.

↳Outras empresas chinesas que viram suas vendas crescer foram a Xiaomi (alta de 34%) e a Transsion (disparou 85%), dona das marcas Tecno, Itel e Infinix, muito fortes na África.


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