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Alibaba levanta US$ 5 bilhões para recompra de ações e alerta sobre desafios da IA

Presidente do conselho e CEO prometem equilibrar recompras com investimentos em tecnologia

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Ryan McMorrow
Pequim | Financial Times

O grupo de tecnologia Alibaba levantou US$ 5 bilhões em debêntures conversíveis, colocando em dúvida a capacidade da empresa chinesa de acessar seu caixa para recomprar ações.

A empresa sediada em Hangzhou disse nesta sexta-feira (24) que emitiu US$ 4,5 bilhões em títulos conversíveis em ações a US$ 105,04 por ação e com vencimento em 2031, com remuneração de 0,5%.

A emissão inclui um excedente de US$ 500 milhões, que uma pessoa familiarizada com o assunto disse que seria cumprido.

Prédio do grupo chinês Alibaba em Pequim - Greg Baker/AFP

O grupo disse que vai usar o dinheiro levantado principalmente para recomprar ações pelo preço atual de US$ 80,80, financiar futuras recompras de ações e entrar em transações para compensar parte da diluição caso o preço de seus papéis atinja o preço conversível.

O complexo acordo de financiamento ocorre enquanto o Alibaba visa continuar suas grandes recompras de ações enquanto embarca em um programa de investimento acelerado para continuar sua incursão na inteligência artificial (IA) generativa.

"Na próxima década, nenhum setor escapará da mudança causada pela IA", escreveram o presidente do conselho Joe Tsai e o CEO Eddie Wu em uma carta aos acionistas na quinta-feira (21), observando que a IA "mudará e acelerará" seus negócios.

"Se não acompanharmos as melhorias constantes e maravilhosas que a IA nos mostra diariamente, seremos superados", alertaram.

Eles disseram que o desenvolvimento de grandes modelos de linguagem exigiria investimentos significativos e só seria viável para grandes empresas de tecnologia lucrativas como o Alibaba.

Observando que o Alibaba, ao longo das últimas duas décadas, "infelizmente, adquiriu características de 'grande empresa'", eles prometeram ser mais empreendedores no futuro.

Os executivos prometeram equilibrar as contínuas recompras de ações com investimentos para o futuro. Eles disseram que US$ 12,5 bilhões foram gastos recomprando ações, reduzindo o total de ações em circulação em 5%, durante o ano até 31 de março, enquanto também pagaram um dividendo de US$ 2,5 bilhões aos acionistas.

Mas analistas disseram que a decisão do Alibaba de emitir títulos de dívida conversíveis deixou alguns investidores perplexos.

"Basicamente, eles estão emitindo ações a um preço alto no futuro para imediatamente recomprar suas ações a um preço mais barato", disse John Choi, da Daiwa Capital Markets. "Por um lado, os investidores entendem, por outro lado, é estranho."

Um pesquisador de valores mobiliários acrescentou que o mercado entendeu a medida como uma emissão de ações, o que foi responsável pela queda de quase 8% nos últimos dias.

"O Alibaba tem uma tonelada de dólares em seu balanço, mas parece ver seus investidores como um caixa eletrônico", disse o pesquisador, pedindo para não ser identificado. O Alibaba relatou ter US$ 30 bilhões de dólares e 381 bilhões de yuans (US$ 52,6 bilhões) em seu balanço em 31 de março.

"A maior implicação aqui é que os bilhões de dólares em caixa que as empresas chinesas registram em seus balanços podem não ser tão facilmente acessíveis quanto se pensa", acrescentaram.

Analistas disseram que o Alibaba provavelmente estava financiando as recompras de ações devido à dificuldade de retirar dinheiro da China continental, um desafio constante para grupos chineses e estrangeiros.

As dificuldades podem ser maiores no momento em que o Banco Popular da China luta para evitar pressões de baixa sobre o yuan.

O CFO do Alibaba, Toby Xu, disse em fevereiro que a empresa tinha um "certo percentual" de dinheiro no exterior, mas que a quantidade das recompras também seria afetada pela capacidade de mover seu dinheiro gerado para o exterior.

Uma pessoa familiarizada com o acordo de dívida conversível disse que, no geral, era uma maneira mais barata de levantar dólares no exterior do que emitir debêntures simples.

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