Bolsa sobe e retoma os 121 mil pontos com apoio de petróleo; dólar bate R$ 5,36

Reunião de política monetária nos Estados Unidos segue no radar do mercado

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São Paulo

A Bolsa brasileira teve um dia de recuperação e registrou alta de 0,72% nesta terça-feira (11), fechando aos 121.635 pontos, com apoio de petroleiras e do setor financeiro e após a divulgação de novos dados de inflação no Brasil.

O mercado também segue aguardando a próxima decisão de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), marcada para quarta (12). A cautela antes da reunião, inclusive, fez com que o volume financeiro da sessão ficasse abaixo da média do ano, em meio à agenda local esvaziada.

Já o dólar teve uma sessão mais instável: começou a sessão em queda, passou a oscilar próximo da estabilidade e engatou alta no meio da tarde, chegando a bater os R$ 5,372 na máxima do dia. No fim, teve avanço tímido de 0,08%, terminando o pregão cotado a R$ 5,360, seu maior valor desde 4 de janeiro de 2023.

No Brasil, com pressão dos preços dos alimentos, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou a 0,46% em maio, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação veio após taxa de 0,38% em abril e já reflete impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, segundo o instituto.

Reuters

O novo resultado (0,46%) ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam IPCA de 0,42% em maio.

No acumulado de 12 meses, a inflação acelerou a 3,93%, apontou o IBGE. Nesse recorte, o índice estava em 3,69% até a divulgação anterior. Em 12 meses, o IPCA vinha em trajetória de desaceleração desde outubro de 2023.

"O resultado de hoje foi desfavorável, ao não confirmar algumas boas informações que tinham sido observadas no IPCA-15 de maio especialmente em relação à alimentação", diz Rafael Costa, analista da BGC Liquidez.

Agora, o mercado estará atento a possíveis revisões para cima da projeções para a inflação brasileira no fim do ano, além de possíveis impactos da alta de preços na Selic (taxa básica de juros).

No cenário internacional, a decisão sobre juros do Fed segue como principal foco de investidores nesta semana. O banco central americano deve manter as taxas inalteradas, mas há dúvidas sobre as próximas sinalizações da autoridade monetária.

"A agenda econômica internacional trouxe dados mistos para a economia [dos EUA], mas o início da queda de juros na Europa gerou otimismo nos mercados emergentes. No mercado de renda fixa, a atenção agora se volta para o tom do comunicado após a decisão de juros nos Estados Unidos", diz a equipe da Levante Investimentos.

A decisão do Fed ocorrerá num cenário de incerteza sobre a economia americana. Uma série de dados divulgados nas últimas semanas vinha mostrando desaceleração da atividade nos EUA, mas o último relatório de emprego do país veio bastante acima das expectativas do mercado e causou temores, já que o indicador é acompanhado de perto pelo banco central americano.

O novo dado aprofundou ainda mais o pessimismo sobre o início do ciclo de corte de juros pelo Fed. No início do ano, agentes de mercado chegaram a projetar sete reduções nas taxas americanas, e havia especulações de que o afrouxamento monetário começaria em março. Agora, as projeções foram adiadas para setembro, com apenas dois cortes, nos cenários mais otimistas.

"O cenário de início de cortes em setembro passou a ser questionado. A ansiedade para o comunicado que virá após a reunião do Fomc [comitê de política monetária dos EUA] será máxima e cada palavra poderá impactar os preços e as expectativas. O mesmo valerá para a entrevista do presidente Powell. A única certeza neste momento é que a volatilidade continuará a comandar o jogo", diz Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.

Nesse cenário, o mercado acredita que o Fed deve manter as taxas inalteradas na faixa entre 5,25% a 5,50% nesta quarta, mas ainda tem dúvidas sobre as próximas sinalizações da autoridade monetária.

Na Bolsa brasileira, os destaques do dia foram Petrobras e PetroRio, que surfaram na alta do petróleo no exterior e subiram 0,43% e 4,29%, respectivamente.

O setor financeiro também foi um dos principais pontos de suporte do Ibovespa. Itaú, Banco do Brasil e BTG, por exemplo, subiram 1,12%, 1,10% e 1,99%, respectivamente.

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