El-Erian diz que mercado de trabalho forte nos EUA fecha porta para corte de juros do Fed em julho

Novos postos de trabalho em maio superaram em 92 mil as expectativas e dificultam mudança na taxa de juros

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Michael Mackenzie
Bloomberg

Os dados de emprego mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos fecham a porta para um corte de juros do Federal Reserve em julho, segundo o economista e investidor Mohamed El-Erian.

"Este é um relatório realmente forte em termos de demanda por funcionários e em termos de salários", disse El-Erian, presidente do Queens’ College, em Cambridge, ex-CEO da Pimco e colunista da Bloomberg Opinion, em entrevista à TV Bloomberg nesta sexta-feira (7).

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Mohamed El-Erian, presidente do Queens’ College, em Cambridge. - AFP

O ritmo de geração de empregos em maio superou as expectativas, com as folhas de pagamento das empresas não-agrícolas apontando para 272 mil novos postos de trabalho, contra 180 mil previstos pelos economistas. A taxa de desemprego dos EUA subiu de 3,9% para 4%, enquanto o crescimento salarial mensal aumentou 0,4%, mais do que o previsto, face aos 0,2% de abril.

"Isso fecha a porta para um corte de juros em julho, independente do que o número de CPI disser na próxima semana", disse El-Erian, em referência ao índice de preços ao consumidor americano. "Não há como eles cortarem ou sinalizarem um corte em julho com esses dados."

A taxa sobre o Tesouro americano de dois anos saltou quase 15 pontos-base na esteira do relatório, conhecido como payroll, e o mercado recuou drasticamente nas apostas na flexibilização monetária este ano.

Os juros futuros nos EUA agora só precificam inteiramente um primeiro corte de 0,25 ponto percentual em dezembro, com 60% de chance para setembro e 90% para novembro.

Antes do dado de payroll, o JPMorgan Chase e o Citigroup ainda previam um corte do Fed no mês que vem.

El-Erian espera que o comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve), o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), sinalize apenas um corte este ano e que o presidente da instituição, Jerome Powell, "mantenha o máximo de opcionalidade" e "seu mantra de dependência" dos dados.

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