Brasil e México voltam a atrair investidor após saída de Biden

Indefinição nas eleições dos EUA leva gestoras a recomendarem ativos brasileiros e mexicanos

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Carolina Wilson Vinícius Andrade Ronojoy Mazumdar
Bloomberg

Em um ano marcado por surpresas eleitorais, da Índia ao México, a última reviravolta veio da corrida presidencial nos EUA, e isso levou os investidores em mercados emergentes a se voltarem para alguns dos ativos que mais sofreram nos últimos tempos.

Sem clareza sobre as chances da vice-presidente Kamala Harris de derrotar Donald Trump em novembro, casas como Van Eck e Robeco se preparam para uma volatilidade alta. Para se protegerem das oscilações, as gestoras recomendam ativos que foram duramente atingidos recentemente, como os brasileiros.

A imagem mostra o interior de uma Bolsa de Valores, com várias telas exibindo dados financeiros e gráficos. Há um grupo de pessoas em pé, algumas interagindo entre si, enquanto outras observam as informações nas telas. O ambiente é moderno, com um piso de madeira clara e painéis eletrônicos ao fundo.
Operadores na Bolsa de Nova York conversam durante sessão - Spencer Platt/Getty Images via AFP

A saída de Joe Biden da corrida presidencial nos EUA diminui o posicionamento contra moedas latino-americanas, como o peso mexicano, vistas como possíveis perdedoras se Trump vencer.

"Precisamos ter cuidado para não exagerar nas apostas baseadas nas eleições americanas, pois ainda é muito cedo e o mercado provavelmente permanecerá volátil", disse Thys Louw, da Ninety One.

Embora as probabilidades mais baixas de uma vitória de Trump sejam positivas "na margem" para reduzir o "ruído" relacionado com mercados emergentes, juros mais baixos nos países ricos, inflação ancorada nos países em desenvolvimento e melhoras estruturais na solvência serão os principais fatores no longo prazo, afirmou Janet He, chefe de pesquisa soberana para mercados emergentes da JPMorgan Asset Management.

O peso mexicano, o peso colombiano e o real brasileiro se destacaram na segunda-feira (22), liderando os ganhos nos mercados de câmbio dos países emergentes. Os três ficaram entre os retardatários na semana passada, em meio a preocupações crescentes sobre gastos públicos e o abandono de apostas de carry trade após a recuperação do iene japonês.

As dívidas de países como Brasil e México agora parecem "baratas e atraentes" depois do selloff, avaliou Eric Fin, chefe de dívida ativa de mercados emergentes da Van Eck.

A Índia também desponta como uma opção atraente, segundo Philip McNicholas, estrategista de dívida soberana da Ásia na Robeco, em Singapura.

Muitos investidores também ressaltam que a política monetária dos EUA continua a ser o fator mais crítico, com implicações de longo alcance para os fluxos de capitais, câmbio e apetite por risco nas economias em desenvolvimento.

"No curto prazo, acreditamos que o potencial para cortes de juros do Fed dominará os mercados, enfraquecendo potencialmente o dólar e levando ao fortalecimento de commodities e moedas emergentes", afirmou Jennifer Gorgol, da Neuberger Berman.

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