Quem são as 'Super 8', empresas de tecnologia asiáticas que ameaçam big techs?

Companhias são a aposta do banco suíço UBS para investimentos na região; leia edição da newsletter FolhaMercado

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Victor Sena
São Paulo

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As outras 'big techs'

As empresas de tecnologia da Ásia são a aposta do banco suíço UBS para investimentos na região. Nomes como Tencent, Samsung e TSMC estã na lista de ações que ganhou o apelido de ‘Super 8’.

↳ Relatório aponta que as companhias têm maturidade e que vão se aproveitar do crescimento da inteligência artificial.

↳ "Super 8" é uma referência às ‘Magnificent Seven’, big techs dos EUA cujas ações dispararam nos últimos anos. Entre elas: Microsoft, Apple e Meta.

As ‘Super 8’. A carteira do UBS com as empresas valorizou 8,3% desde fevereiro, mês em que foi criada.O valor é acima da média das empresas da região. Para o banco, é "crucial" que os investidores tenham ações de empresas relacionadas ao mercado de inteligência artificial, caso das oito listadas:

- Tencent: desenvolve jogos, aplicativos e redes sociais com modelos de inteligência artificial.

- Samsung: produz chips e disputa com a Apple a posição de maior fabricante global de smartphones;

- TSMC: principal fabricante de chips semicondutores, produtos de alta tecnologia e essenciais para o processamento de dados. Atingiu US$ 1 trilhão em valor de mercado.

- Foxconn: faz montagem de smartphones, principalmente iPhones para a Apple.

- Lenovo: uma das maiores fabricantes de computadores e outros hardwares, como servidores.

- Tokyo Electron: fabricante de chips semicondutores.

- Infosys: consultoria de tecnologia da informação, com fortes serviços baseados em IA.

- ASMPT: produz máquinas industrias para os fabricantes de chips semicondutores.

Enquanto isso, nos EUA. Parte dos analistas aponta que a disparada das ações das big techs americanas desde 2023 foi exagerada, e os riscos de queda estão no cenário. Os últimos dias, inclusive, foram de desvalorização.

  • Apple cai 2,09% nos últimos cinco dias. Ainda assim, sobe 15% em 12 meses.
  • Microsoft cai 3,02%, mas sobe 22,50%.
  • E Alphabet (Google) cai 4%, mas sobe 43,5%.
Logo da empresa Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), uma das 'Super 8' - Ann Wang/Reuters

Congelado

O governo decidiu congelar R$ 15 bilhões dos gastos para cumprir a meta de fechar as contas deste ano sem déficit. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (18) pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet.

↳ Os ministérios mais atingidos são Cidades, Desenvolvimento Regional, Turismo e Esporte. Saúde e Educação também serão impactadas.

Entenda: o congelamento é uma prática comum e envolve dois mecanismos diferentes, o bloqueio e o contingenciamento. Eles são usados porque nem sempre as receitas e gastos acompanham a estimativa feita no Orçamento.

  • R$11,2 bilhões serão bloqueios e R$ 3,8 bilhões contingenciamentos.

Como funciona:

Despesa acima do previsto = bloqueio.

Arrecadação abaixo do previsto = contingenciamento.

O governo pode rever a decisão caso o cenário mude nos próximos meses.

Por que importa? Agentes do mercado financeiro têm dúvidas se as contas deste ano –e do próximo – vão fechar no zero a zero, como determinam as regras criadas pelo governo Lula (Não lembra? Explicamos elas aqui). Para 2025, foi anunciado um corte de R$ 25 bilhões.

Estresses. Falas do presidente ao longo do mês de junho aumentaram a suspeita de que as regras poderiam ser afrouxadas. Com a repercussão, principalmente no preço do dólar, que bateu R$ 5,70, Haddad e outros ministros discutiram o assunto com Lula, que moderou o tom no início do mês.

Idas e vindas. O mercado até acalmou, mas novos questionamentos foram feitos pelo presidente. Nesta terça, disse que não é obrigado a cumprir a meta fiscal se tiver "coisas mais importantes para fazer", mas que tem compromisso com a regra. Afirmou também que precisa ser convencido sobre cortes.

Corta para ontem. Questionado se havia convencido o chefe sobre o bloqueio, que não é exatamente um corte, Haddad respondeu:

  • "Se estou dando o anúncio, é porque ele já foi".

"Taxadd". O anúncio ocorre no momento em que o ministro tem sido alvo de piadas e "memes", que fazem satirizam mudanças em impostos e a reforma tributária.

↳ Haddad defende um ajuste das contas públicas com incremento de arrecadação desde o início do governo.

Sim, mas… Há sinais de que a pauta perdeu apoio no Congresso. Não foi encontrada, por exemplo, uma solução para compensar a verba da desoneração da folha de pagamentos. Medidas apontadas por economistas e técnicos do governo para ajustar as contas são:

O STF (Supremo Tribunal Federal) deu até 11 de setembro para a definição de uma nova fonte. Caso contrário, os 17 setores com isenção voltarão a ter cobrança.


Zuckerberg quer Ray-Ban

A Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, está negociando a compra de uma fatia de 3% a 5% da Luxxotica, empresa italiana que fabrica o Ray-Ban. O motivo? Acelerar o desenvolvimento de óculos inteligentes.

↳ O investimento está avaliado em 4,5 bilhões de euros (R$ 27,3 bilhões).

Mark Zuckerberg - Carlos Barria/REUTERS

De mãos dadas. As empresas já são parceiras no desenvolvimento dos "smartglasses". Ray-Ban e Meta lançaram o primeiro modelo em 2021. Eles seguem o design tradicional dos óculos, como o famoso Wayfarer. A última versão é de 2023.

↳ As principais funções são câmera embutida, chamadas de voz e reprodução de músicas. Também há integração com a IA da Meta, a Llama 3.

Aposta. Com ações da Luxottica nas mãos, a companhia de Mark Zuckerberg ganharia influência sobre os negócios da Ray-Ban e acesso à tecnologia da italiana, que tem um laboratório de pesquisas em novas técnicas para óculos com a Escola Politécnica de Milão.

↳ A empresa é dona das marcas Oakley e Varilux e da rede de lojas Sunglass Hut. Fabrica também os óculos para Versace, Prada, Ralph Lauren.

Negócio de visão. As big techs investem no desenvolvimento de óculos inteligentes há anos. Em geral, tentam criar experiências para realidade virtual e/ou aumentada. Isso vai além do que a Meta oferece com a Ray-Ban, que não tem projeção de imagens.

  • A realidade virtual permite uma total imersão nas imagens projetadas;
  • Já a aumentada faz uma sobreposição com elementos sobre o ambiente real.

Mais uma tentativa. Um dos primeiros modelos de óculos inteligentes foi lançado pelo Google há mais de dez anos em parceria com a Luxxotica. O produto batizado de Google Glass foi um fracasso.

De lá para cá, a Meta apresentou os Ray-Ban inteligentes e a série Quest, mais avançados e com projeção para realidade virtual e aumentada. Os preços estão em R$ 2.500 no Brasil.

↳ Há alguns meses, a Apple lançou o Vision Pro, um dos modelos mais avançados. Custa cerca de US$ 3.000 (R$ 16,7 mi) .

↳ Outras marcas são a Xreal e Viture, focadas em jogos. A Samsung não lançou modelos, mas registrou as marcas "Samsung Glasses" e "Galaxy Glasses" recentemente.


Para assistir

"Why HBO's Next Move Is Critical", 22 minutos

A HBO completa 30 anos de operação no Brasil neste mês de julho, com uma lista longa de sucessos: "Os Sopranos", "A Sete Palmos", "The Wire", "Sex And The City", "Roma", "True Detective", "Game of Thrones", "Succession", "The White Lotus" e "A Casa do Dragão".

A dica de hoje não está na HBO, mas é sobre ela. O documentário "Why HBO's Next Move Is Critical", produzido pelo canal americano CNBC conta a história do canal americano (hoje também no streaming). Ele está em inglês, com legendas traduzidas do Youtube. Veja aqui.

O programa foi lançado quando a marca completou 50 anos, em 2023. Conta a história da empresa, reconhecida por revolucionar as séries e o mercado de televisão com a venda de pacotes, sem propaganda. Também discute o futuro da HBO na era do streaming.

Gosta de séries? A Beatriz Izumino faz uma seleção semanal de dicas do que ver no streaming na newsletter Maratonar. Inscreva-se abaixo:

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