Haddad afirma que definição sobre presidência do BC depende de conversa entre Lula e Pacheco

Presidente quer garantir que sua indicação passe por sabatina em esforço concentrado antes das eleições municipais

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Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (13), que o tema da sucessão no Banco Central entrou no radar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer garantir a sabatina do sucessor de Roberto Campos Neto.

De acordo com o chefe da pasta, o presidente da República deve conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) para discutir os prazos de sabatina e o calendário eleitoral.

"Ele ficou de conversar com o presidente Pacheco para garantir que o nome dele possa ser sabatinado nesses esforços concentrados que são feitos", disse Haddad.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião no Palácio do Planalto - Gabriela Biló - 08.ago.2024/Folhapress

O ministro disse, ainda, que a data da indicação também depende dessa conversa com o presidente do Senado. "Acredito que vai ser nas próximas semanas", afirmou.

Como tradicionalmente ocorre em ano eleitoral, parlamentares devem esvaziar o Congresso Nacional para ajudar a eleger aliados em seus estados. A redução no ritmo de trabalho até o primeiro turno já foi definida pelas duas Casas.

Em decorrência das eleições municipais de outubro, no Senado haverá sessões presenciais apenas nesta semana e na primeira de setembro. Nas duas próximas semanas de agosto, os senadores poderão participar de forma virtual —o que, na prática, dificulta a votação de projetos sensíveis.

Em abril, Lula foi questionado sobre a possibilidade de antecipar a sucessão no Banco Central. Na ocasião, respondeu que ainda não havia tomado uma decisão, mas indicou que essa escolha poderia ficar para o fim do ano, quando termina o mandato de Campos Neto.

A lei que estabeleceu a autonomia do BC, ainda no governo Bolsonaro (PL), definiu mandato fixo de quatro anos para o presidente da instituição em ciclo não coincidente com o do chefe do Executivo.

O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, é hoje o principal coordenador das expectativas de inflação, e sua indicação para o cargo pelo presidente Lula já é dada como certa pelo Senado.

À Folha, o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse contar com a antecipação da indicação e afirma que irá pautar logo a sabatina e a votação. "Não vou ficar segurando", informou Cardoso.

A CAE é a comissão responsável por fazer a sabatina e votar a indicação do presidente Lula. Em seguida, o plenário da Casa faz uma nova votação para confirmar a indicação.

Entre alguns senadores da CAE, ouvidos pela Folha, há preferência para que a indicação ocorra em setembro, após a próxima reunião do Copom, nos dias 17 e 18, em vez do anúncio em agosto, como boa parte do mercado financeiro já trabalha.

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