Descrição de chapéu Banco Central copom Selic

Mesmo Campos Neto modulando tom, tubarões do mercado veem espaço para alta maior da Selic

Presidente do BC disse na sexta (30) que, se o Copom fizer ajuste nos juros, movimento será gradual

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São Paulo

Mesmo após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter tentado modular o tom ao dizer que, se o Copom (Comitê de Política Monetária) subir os juros, esse movimento será gradual, tubarões do mercado dizem ver espaço para uma aceleração na elevação da taxa básica Selic.

Durante o evento Expert XP, na sexta-feira (30), Campos Neto chegou a afirmar que a resposta do mercado às taxas de juros futuros nos contratos que vencem no curto prazo não corresponde à mensagem transmitida na ata da última reunião de juros do colegiado.

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto - Lucio Tavora - 13.ago.2024/Xinhua

"O prêmio de risco na parte curta da curva de juros não é compatível com a mensagem que foi feita na ata", disse o presidente do BC na sexta. "Se, e quando houver um ciclo de ajuste de juros, esse ciclo será gradual", completou.

Depois do discurso, dois nomes que são referência do mercado financeiro disseram no dia seguinte, no palco principal desse mesmo evento, que enxergam espaço para uma Selic ainda maior do que os analistas estão projetando.

Hoje, a maioria dos bancos e corretoras que esperam alta de juros estimam um ciclo de elevação de no máximo 1,5 ponto.

"O mercado só dá 15% de chance da taxa de juros não subir, no modelo das opções [contratos futuros]. Então, eu acho que isso vai acontecer", afirmou o gestor do Fundo Verde, CEO e CIO da Verde Asset, Luis Stuhlberger. "Embora muita gente fora do mercado financeiro principalmente acha que isso não vai ocorrer, isso vai ocorrer", cravou.

Para ele, as projeções de inflação no relatório Focus, que reúne expectativas de economistas para os principais indicadores do país, estão abaixo da realidade.

André Jakurski, sócio-fundador e diretor executivo da JGP, concordou.

"O gasto do governo cresceu nos últimos 12 meses 15% em termos reais, a massa salarial cresceu 8% em termos reais, então, nós temos um trem andando a 120 km/h e a economia crescendo na margem quiçá 3%", afirmou.

"Então, eu pessoalmente acho que o Banco Central teria que aumentar o juro mais que 1,5 ponto percentual", completou.

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