Nove das dez vítimas de massacre na Finlândia eram estudantes
A polícia divulgou nesta quarta-feira detalhes sobre as vítimas do massacre ocorrido ontem em uma escola da Finlândia: dos dez mortos, nove eram estudantes e o outro, provavelmente um professor. A polícia também confirmou que o atirador era Matti Juhani Saari, 22, aluno do segundo ano de hotelaria da mesma escola, no oeste da Finlândia.
Reuters |
Matti Juhani Saari, 22, matou dez pessoas na escola em que estudava na Finlândia |
Ontem, Saari entrou armado na escola localizada na cidade de Kauhajoki (cerca de 300 km da capital, Helsinque), matou dez pessoas a tiros, e, por fim, disparou contra a própria cabeça. Ele morreu depois, no hospital, em decorrência dos ferimentos.
A polícia também disse que das dez vítimas, oito eram mulheres, e que o atirador também feriu uma outra estudante antes de atirar contra a própria cabeça. A jovem ferida, que foi atingida por um tiro na cabeça, foi operada duas vezes durante a noite passada e, segundo fontes médicas, não corre risco de morrer.
A identificação tem sido complicada porque as vítimas foram queimadas em um incêndio provocado por Saari. O incêndio pode ainda ter causado a morte por asfixia de algumas vítimas. A Polícia já informou aos familiares das vítimas, mas a identificação oficial dos cadáveres ainda pode durar vários dias.
Um dia antes do massacre, Saari havia sido para dar explicações sobre um vídeo que postou no site YouTube no qual aparece disparando uma arma. Segundo a ministra de Interior, Anne Holmlund, depois do interrogatório, "o oficial de serviço decidiu que não era preciso cassar o porte de arma". Saari possui uma licença temporária para manusear armas calibre 22 desde agosto passado, ainda conforme a ministra.
AP |
Estudante entrou armado na escola e matou dez pessoas antes de se suicidar |
A polícia disse ainda que chegou ao local do crime dez minutos após ter recebido o alerta. O estudante disparou vários tiros contra os agentes, mas nenhum deles foi atingido.
Segundo um porta-voz policial, no momento dos fatos, havia cerca de 200 estudantes no centro, dos quais 20 estavam na sala de aula onde ocorreu o tiroteio. O massacre poderia ter sido maior, pois alguns jovens haviam terminado a prova e foram embora minutos antes de Saari chegar.
Fontes da investigação informaram que Saari tinha deixado no apartamento de estudantes onde morava duas breves notas escritas à mão, nas quais dava a entender que tinha começado a planejar o massacre há seis anos.
"O conteúdo das notas indica que odiava a humanidade e que tinha começado a planejar isso em 2002", disse à imprensa local o chefe da investigação, Jari Neulaniemi.
Em uma das mensagens manuscritas, Saari afirmava que "a solução é Walther", em referência à marca da pistola automática calibre 22 com a qual cometeu o massacre. No outro, segundo a polícia, escreveu: "sempre quis matar o maior número de pessoas possível".
O primeiro-ministro finlandês, Matti Vanhanen, pediu nesta quarta-feira uma legislação mais rígida de controle de armas. Ele defendeu a proibição do uso de armas de pequeno porte fora de locais para a prática de tiro.
Com Associated Press e Efe
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