Após dois anos, Bangladesh revoga estado de emergência para realizar eleição
O governo de Bangladesh revogou nesta quarta-feira o estado de emergência decretado em janeiro de 2007. A 12 dias das eleições legislativas que visam restaurar a democracia no país, a retirada do estado de emergência acaba com o banimento das atividades políticas e protestos e permite que os partidos façam uma campanha eleitoral sem restrições.
A ordem de abolição foi assinada na segunda-feira (15) pelo presidente do país, Iajuddin Ahmed, e cumpre a data anunciada antecipadamente pelo governo diante da pressão imposta pelos dois principais partidos do país --Partido Nacionalista de Bangladesh (UNB), liderado por Begum Khaleda Zia, e Liga Awami, liderada por Hasina Wajed-- que ameaçaram boicotar os comícios eleitorais caso o estado de emergência fosse mantido.
Abir Abdullah/Efe |
Após dois anos, Bangladesh retira estado de emergência sobre os cidadãos |
A eleição legislativa marcada para 29 de dezembro encerrará dois anos de um governo interino militar que assumiu diante da violência e crise política em janeiro de 2007. Na época, o país ficou marcado por manifestações e protestos políticos e greves dos apoiadores de Khaleda e Hasina --ambas ex-primeiras-ministras-- que forçaram o cancelamento das eleições marcadas para o mesmo mês alegando querer uma transição pacífica para a democracia.
As duas se intercalaram no poder por 15 anos, até outubro de 2006 e estiveram entre as centenas de políticos presos pelo governo interino sob acusação de corrupção. Elas foram libertadas depois de quase um ano de prisão em resposta à pressão internacional para que seus partidos pudessem participar das eleições.
Os investidores e diplomatas esperam que a votação estabeleça um novo momento da história política de Bangladesh, marcada por manifestos contrários ao governo, boicotes e o governo militar que não conseguiu evitar o crescimento da pobreza no país e a grande dependência de ajuda estrangeira.
O governo militar interino liderado pelo ex-governador do banco central Fakhruddin Ahmed conseguiu, contudo, reduzir os protestos políticos gradualmente e retirar as tropas das ruas, mas não quis revogar o estado de emergência até a maior proximidade com as eleições para evitar violência.
O governo afirmou ainda que vai destinar tropas por todo o país para garantir a segurança na eleição e um "voto justo, credível e pacífico".
Com Reuters e Efe
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