Advogada de vítimas francesas quer que "anjo louro da morte" morra na prisão
Sophie Thonon, a advogada francesa que representa legalmente as famílias dos franceses desaparecidos durante a ditadura argentina (1976/83), disse em entrevista publicada neste domingo pelo jornal Clarín que o desejo dos familiares das vítimas é que o ex-marinheiro Alfredo Astiz morra na prisão.
"Queremos que Astiz termine como (Klaus) Barbie (Altman), o nazista, na prisão de Lyon, onde ficou até o final de seus dias. Isso é o que esperam os familiares e amigos de suas vítimas", disse Thonon.
Altman, um alto oficial do nazismo, morreu de câncer na prisão francesa em setembro 1991, quatro anos depois de ter sido condenado à prisão perpétua.
A advogada antecipou que se apresentará às próximas audiências do julgamento, iniciado sexta-feira, em Buenos Aires, do ex-capitão da Marinha argentina, Alfredo Astiz, apelidado de "anjo louro da morte", acusado de envolvimento no sequestro e morte das religiosas francesas Alice Domon e Léonie Duquet, durante a ditadura (1976-1983).
Astiz está sendo julgado ao lado de outros 18 repressores que atuaram na Esma (Escola de Mecânica da Armada), emblemático campo de concentração da ditadura, por onde passaram 5.000 desaparecidos, no Tribunal Federal Oral Número 5 da capital.
Na primeira audiência, Astiz mostrou uma atitude provocadora e sorria mostrando um livro intitulado "Volver a matar".
Astiz, de 58 anos, já foi condenado à revelia, à prisão perpétua na França e na Itália; também está sendo processado pelo desaparecimento da jovem de origen sueca Dagmar Hagelin, em 1977.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis