Pleito na Espanha cancela homenagens ao ditador Franco
Quando escolheu o dia 20 de novembro para realizar as eleições gerais --antecipadas em razão da crise--, o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, por coincidência ou não, enfureceu uma parte da população.
Neste mesmo dia, em 1975, morreu o general Francisco Franco, chefe de uma ditadura de 36 anos (1939-1975) que deixou ao menos 11 mil mortos. Ainda hoje há uma legião de simpatizantes que prestam homenagens anuais ao ditador -e se enfureceram.
Neste ano, pela primeira vez, estão proibidas as homenagens a Franco em praças e ruas por causa das eleições.
Em Madri, os simpatizantes franquistas se reúnem todo ano neste dia na praça de Oriente, no centro da capital, para prestar homenagem.
Com a proibição, tiveram que adiar a cerimônia para o domingo que vem. Os franquistas distribuíram panfletos com a nova data, que trazem a imagem do ditador sob a inscrição "um herói".
Apenas um evento se manteve de pé. É uma missa em memória de Franco que acontece anualmente na basílica do Vale dos Caídos, um memorial a 40 km de Madri onde está enterrado o corpo do ditador espanhol.
"Está óbvio que Zapatero fez isso de propósito, para tentar tirar votos de eleitores de direita que vão ao Vale dos Caídos", afirmou o aposentado Juan Torres, 79.
Zapatero argumentou que a data foi escolhida por ser a mais próxima possível antes do encerramento das atividades parlamentares de sua gestão. "E para mim é uma data como outra qualquer."
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