Na Rússia, 'Mercador da Morte' deve recorrer da sentença de prisão
O advogado do traficante de armas russo Viktor Bout, conhecido como o "Mercador da Morte", adiantou nesta quarta-feira que recorrerá da sentença de 25 anos de prisão ao qual seu cliente foi condenado na semana passada por um tribunal dos Estados Unidos.
"Amanhã apresentaremos um relatório sobre nossas intenções de apelar da decisão ( judicial )", disse o advogado Albert Dayan à agência russa "Interfax".
Dayan reconheceu que o processo de apelação poderia ser prolongado pelo período de um ano, embora alguns especialistas russos tenham afirmado que But poderia ser enviado à Rússia nos próximos meses graças a um acordo entre os Governos dos dois países.
"Eu me reuni com Bout. Ele está otimista, acredita que a decisão (judicial) pode ser revogada", acrescentou.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que tachou de "injusta" a condenação de Bout, afirmou que tem a intenção de abordar este assunto com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
"Bout foi apresentado perante o júri como um criminoso, um terrorista, o que certamente influenciou no processo judicial", afirmou Lavrov, que poderia encontrar nesta quarta-feira com Hillary na reunião ministerial do G8 em Washington.
CONDENAÇÃO
O traficante de armas russo Viktor Bout foi condenado na quinta (5) a 25 anos de prisão pela Justiça de Nova York, nos Estados Unidos, por envolvimento com o terrorismo. Ele é o principal retratado no livro "Mercado da Morte", que deu origem ao filme "O Senhor das Armas", com Nicolas Cage.
Bout foi preso em Bancoc, na Tailândia, em uma operação da Agência de Repressão às Drogas dos Estados Unidos, em 2008, e extraditado para Nova York em 2010.
Ele era acusado pela Justiça de Nova York por vender armas para grupos armados da Colômbia para atacar soldados americanos que atuavam contra o tráfico de drogas no país sul-americano. Promotores afirmam que o acusado vendeu cerca de US$ 20 milhões em armamentos para os grupos, incluindo armas antiaéreas.
Bout diz é inocente e fazia negócios legais. O traficante também é suspeito de vender armas para ditadores e grupos rebeldes envolvidos em conflitos violentos em todo o mundo, incluindo milícias que atuavam em diversas partes da África nos anos 1990.
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