Israel continua bombardeios em Gaza; mortos já passam de 80
Mais de dez pessoas foram mortas e 70 ficaram feridas por bombardeios israelenses em Gaza na madrugada desta segunda-feira, o que eleva para ao menos 83 o número de mortos e para mais de 700 o de feridos na faixa de Gaza desde que Israel iniciou na última quarta-feira sua operação "Pilar Defensivo".
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Israel atacou diversos alvos no norte e sul de Gaza ao longo da noite, entre eles duas delegacias da polícia do Hamas, e provocou a morte pelo menos 12 pessoas, informou a agência de notícias palestina Maan, que cita dados do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.
O Exército israelense confirmou em comunicado ter atacado ao redor de 80 "lugares terroristas" durante a noite, incluindo vários locais de lançamento de foguete, túneis usados pelas milícias, bases de treinamento destas e "várias unidades terroristas que se preparavam para disparar foguetes contra Israel".
Na cidade de Gaza foram escutados vários bombardeios noturnos, embora menos que nas noites anteriores, e o barulho constante dos aviões não tripulados israelenses sobre o enclave palestino.
Segundo testemunhas, a aviação israelense atacou propriedades de milicianos do Hamas de alta categoria na cidade de Khan Yunes, no sul de Gaza, e no campo de refugiados de Al Bureij, em Gaza capital, assim como diferentes alvos no norte do território.
Também houve bombardeios sobre Rafah, na fronteira com o Egito, nos quais morreram pelo menos três pessoas.
Segundo os últimos números divulgados pelo porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, metade dos mortos e 70% dos feridos desde quarta-feira passada são civis.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou ontem (18) que Israel esta preparado para "estender significativamente" suas operações, referindo-se a um cada vez mais iminente risco de uma ofensiva terrestre.
Israel mobilizou milhares de reservistas e deslocou blindados de transportes de tropas, bulldozers e tanques na fronteira para a faixa de Gaza.
A ofensiva do último domingo motivou declarações do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para a necessidade de um cessar-fogo imediato ao conflito.
"Isto deve parar", afirmou Ban em comunicado no qual manifestou sua tristeza pela morte de 9 membros de uma família em Gaza --incluindo cinco crianças-- e sua condenação pelo lançamento de mais foguetes contra Israel.
"Peço que as partes cooperem com todos os esforços liderados pelo Egito para alcançar um cessar-fogo imediato", acrescentou.
Ban indicou que qualquer escalada da violência "aumentará inevitavelmente o sofrimento de civis".
O responsável da ONU disse que visitará a região durante esta semana "para apelar pessoalmente para o fim da violência e contribuir com os esforços já iniciados".
A onda de ataques aéreos entre ambos os lados entrou no quinto dia neste domingo, um dos mais violentos desde a recente escalada de violência na região. Ao menos 26 palestinos morreram, segundo a agência de notícias France Presse.
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