Al Shabaab proíbe uso de internet em telefones celulares na Somália
O grupo rebelde somali Al Shabaab proibiu o uso da internet no país africano, disseram os extremistas.
A Al Shabab deu um prazo de 15 dias para que as empresas de telecomunicações parem com a distribuição de internet em celulares e renunciem à iminente introdução de serviços de banda larga mediante um cabo de fibra óptica, segundo um comunicado emitido pela milícia.
O grupo argumenta que a utilização de internet nos telefones celulares exerce "efeitos adversos na moral da população muçulmana da Somália", que pode ser "espionada".
Apesar de os rebeldes, que dizem ser ligados à Al Qaeda, terem sido enfraquecidos de maneira significativa pelas tropas da União Africana nos últimos anos, eles têm feito ataques a instalações do governo na capital e em outros pontos da Somália.
O grupo, que há sete anos luta para impor uma interpretação estrita da lei islâmica, já tentou no passado, sem sucesso, banir outros hábitos e facilidades da vida moderna, como toques de celular, música e serviços de transferência de dinheiro.
Dessa vez, no entanto, o Al Shabaab pode potencialmente executar a proibição no sul e no centro da Somália, onde eles ainda controlam algumas áreas usadas para operações das companhias telefônicas.
No passado, o grupo fez ataques a bomba e a tiros contra os que não cumpriram as suas determinações.
"Qualquer empresa ou pessoa que não cumprir com a regra vai ter um tratamento de acordo com a lei islâmica", disse o grupo num comunicado divulgado na internet. O próprio Al Shabaab se comunica regularmente via Facebook e Twitter.
O governo e as duas principais companhias de telefone não estavam disponíveis de imediato para comentar o anúncio do grupo.
Os fundamentalistas, que anunciaram em fevereiro de 2012 sua união formal à Al Qaeda, luta supostamente para instaurar um estado islâmico de corte wahhabista na Somália.
A milícia alcançou uma grande notoriedade internacional em setembro quando reivindicou o ataque ao centro comercial Westgate de Nairóbi, que deixou pelo menos 72 mortos (incluídos cinco terroristas), segundo os números oficiais.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem um Governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra e grupos de delinquentes armados.
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