Tragédia de Odessa faz parte de 'plano russo para destruir a Ucrânia', diz premiê
O incêndio no prédio da Casa dos Sindicatos de Odessa (sul), que deixou mais de quarenta mortos na sexta-feira (2), faz parte de "um plano russo para destruir a Ucrânia", declarou neste domingo o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.
"O que aconteceu em Odessa faz parte do plano da Federação da Rússia para destruir a Ucrânia e seu Estado", afirmou Yatseniuk durante uma entrevista coletiva à imprensa em Odessa, depois de uma série de encontros com representantes das autoridades locais e da sociedade civil da cidade.
"A Rússia enviou pessoas para cá para causar o caos, mas o país deve se unir e se reconciliar para não dar aos terroristas apoiados por Moscou a chance de dividir nosso povo", prosseguiu.
Dmitry Serebryakov/AFP | ||
Mulher coloca flores do lado de fora de prédio que pegou fogo em Odessa, na Ucrânia |
"O objetivo da Rússia era repetir em Odessa o que acontece no leste do país", acrescentou. "É um plano financiado e organizado por profissionais que manipularam pessoas comuns, mas nossa união será a melhor resposta para esses terroristas".
Ele a anunciou que, em consequência dos eventos de 2 de maio, todas as autoridades responsáveis pela segurança da cidade tinham sido destituídos de seus postos e seriam substituídas, por terem falhado no cumprimento de seu dever.
Usando terno e gravata pretos em sinal de luto, Arseni Yatseniuk manifestou suas "condolências às famílias das vítimas dessa tragédia" e garantiu que "a justiça vai iniciar investigações para determinar quem não fez o seu dever".
ATAQUE À SEDE DA POLÍCIA
Mais de 2.000 pró-russos atacaram neste domingo a sede da Polícia em Odessa, cidade do sul da Ucrânia, depois dos episódios de violência que deixaram mais de 40 mortos na sexta-feira, segundo a agência de notícias France Presse.
Os agressores, armados com bastões, derrubaram um primeiro portão com dois caminhões, exigindo a libertação de seus companheiros detidos na sexta-feira depois dos confrontos entre pró-russos e defensores da unidade ucraniana. Esses episódios de violência causaram um incêndio criminoso que deixou mais de 40 mortos, principalmente militantes separatistas.
Os policiais entrincheirados dentro do prédio começaram a soltar um a um os suspeitos detidos na sexta, que foram saudados pela multidão como heróis.
Antes do ataque, entre 2.000 e 3.000 pessoas estavam reunidas embaixo de chuva diante da sede da Polícia, aos gritos de "Fascistas!".
Os policiais que estavam diante do prédio foram agredidos por mulheres com guarda-chuvas.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis