Polícia e estudantes em marcha entram em conflito na Venezuela
A Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e a Guarda Nacional (GNB, Polícia Militar) impediram que nesta segunda-feira várias centenas de manifestantes marchassem por Caracas.
Os manifestantes pediam a libertação dos detidos e convocaram novos protestos.
Após a proibição da marcha, ocorreram enfrentamentos entre grupos de jovens encapuzados e os agentes policiais, que responderam com gases e realizaram várias detenções que não foram informadas oficialmente.
Miguel Gutiérrez/Efe | ||
Polícia impede marcha de estudantes em Caracas |
Os manifestantes também comemoravam os três meses de protestos no país. Desde fevereiro, a Venezuela é palco de atos que já deixaram 42 mortos.
A reclamação é contra a inflação anual superior a 60%, a escassez de produtos básicos, a violência e a violação de direitos humanos.
O movimento de oposição é classificado pelo governo de Nicolás Maduro como uma tentativa de golpe de Estado.
O governo e a oposição estabeleceram há um mês uma mesa de diálogo para tentar encontrar uma saída à crise suscitada pelos protestos. As conversas são mediadas pela União de Nações Sul-americanas (Unasul) e o Vaticano.
Maduro chamou reiteradamente os estudantes para que se somem a essa iniciativa, embora estes rejeitaram sua incorporação alegando que antes devem ser cumpridas uma série de exigências como a libertação dos detidos. Desde o início das reuniões, os estudantes apresentaram uma folha de condições que inclui a libertação dos estudantes detidos, a cessação da "criminalização" dos protestos, a renovação dos poderes públicos, entre outros.
Em Mérida, no oeste do país, estudantes também protestaram contra o governo usando megafones e cartazes. Eles exigem a libertação de presos políticos e justiça pelos mortos durante a crise no país.
CONTROLE DE PREÇOS
Também nesta segunda, o governo ordenou a ocupação da empresa importadora e distribuidora de materiais de construção Representaciones Ferrecol.
A empresa passará a ter uma venda supervisionada pelo governo, que a a acusa de vender com preços até 1900% mais altos.
O vice-presidente Jorge Arreaza pediu nesta segunda que as empresas equilibrem seus preços e evitem sanções.
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