Novo ministro da Defesa ucraniano promete retomar Crimeia
O presidente ucraniano nomeou nesta quinta-feira (3) um novo ministro da Defesa de espírito combativo, que prometeu realizar um "desfile da vitória" na Crimeia, enquanto os confrontos continuam no leste do país.
O ex-policial Valeri Gueletei, ex-chefe do serviço de proteção a personalidades públicas, teve sua nomeação aprovada nesta quinta-feira pelo Parlamento.
Com isso, Petro Poroshenko mantém o que chama de "operação antiterrorista", e a possibilidade de um novo cessar-fogo fica cada vez mais distante, como haviam pedido os países europeus no dia anterior, em Berlim.
Ao apresentar Gueletei aos deputados, Poroshenko ressaltou que sua tarefa é reformar as Forças Armadas. "Nossas Forças Armadas precisam de um chefe decidido e firme que implemente reformas urgentes que nos permitirão criar forças que ninguém se atreverá a nos agredir em nosso Estado", disse.
"A Ucrânia ganhará", disse Gueletei, prometendo um "desfile da vitória" na Crimeia, anexada em março à Federação Russa, e sendo muito aplaudido pelos deputados presentes.
Depois de sua nomeação, também foi aprovada a do general Viktor Mujenko, formado na União Soviética e que serviu no Iraque entre 2003 e 2004, para dirigir o Estado-Maior.
No âmbito diplomático, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram nesta quinta, em uma conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, que Moscou "interceda junto aos separatistas para que negociem e cheguem a um acordo com as autoridades ucranianas", de acordo com a Presidência francesa.
Na mesma conversa, Putin manifestou sua "grande preocupação" com as vítimas civis na Ucrânia, informou o Kremlin.
No dia anterior, foi organizada uma reunião entre os chefes da diplomacia ucraniana, russa, alemã e francesa em Berlim, que resultou em uma convocação para um encontro de um grupo de contato que reúna Rússia, Ucrânia, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e os rebeldes a ser realizado sábado, no mais tardar.
Kiev reiterou na quarta que a Ucrânia está disposta a negociar em um grupo de contato, mas que um possível cessar-fogo deve ser "bilateral" e não unilateral, como o que acaba de expirar sem ter evitado vários incidentes armados.
Para o analista político Vadyn Karasyov, diretor do Instituto de Estratégias Globais de Kiev, a perspectiva de um novo cessar-fogo depende da situação militar.
"Se Kiev conquistar avanços militares significativos no leste, as autoridades não vão querer um cessar-fogo", explicou Karasyov, porque isso daria tempo ao inimigo para receber reforços.
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