Trump é chamado de antissemita após postar imagem com estrela judaica
Já acusado de ser racista, xenófobo e misógino, Donald Trump foi agora tachado por críticos de antissemita, após tuitar no sábado (2) uma montagem de Hillary Clinton cercada por notas de US$ 100.
A inscrição "a candidata mais corrupta de todos os tempos" aparece dentro de uma estrela vermelha que lembra a de Davi, um dos mais importantes símbolos judaicos.
Reprodução/The Guardian | ||
Perfil de Trump no Twitter trocou imagem com estrela de seis pontas após críticas de antissemitismo |
A imagem foi deletada no mesmo dia e substituída por outra, em que a estrela de seis pontas vira um círculo. O estrago, contudo, já havia sido feito.
Não demorou para que a origem da montagem viesse à tona: o /pol/, fórum digital "politicamente incorreto" que atrai neonazis, foi o primeiro a publicá-la (já a apagou). O site Mic rastreou o nome do arquivo original: "HillHistory.jpg", o que pode remeter a "HH", código para "Heil Hitler", a saudação nazista.
A estrela de Davi –o rei mais famoso de Israel– está na bandeira desse país. Durante o Holocausto, as tropas alemãs obrigavam judeus a bordá-la em suas roupas.
O uso de "imagem flagrantemente antissemita" já seria "perturbador o bastante", disse na segunda (4) Sarah Bard, que coordena a campanha da virtual presidenciável democrata (que é metodista) na comunidade judaica.
Mas não seria a primeira nem segunda vez que o magnata ataca uma minoria, "e isso deveria ser motivo de grande preocupação para eleitores", completou.
Nos últimos dias, assessores de Trump fizeram um tour por TVs americanas para refutar que o patrão seja antissemita.
Um dos principais argumentos: sua filha Ivanka Trump é judia, assim como seus netos. Ivanka diz manter dieta kosher e respeitar o shabat, dois princípios da religião. Ela se converteu para casar com judeu ortodoxo Jared Kushner, pai de seus três filhos.
No Twitter, Trump disse que, apesar da insistência da "mídia desonesta", a imagem poderia remeter a "um distintivo de xerife ou uma simples estrela". Em fevereiro, ele já foi criticado por não condenar de cara o apoio de David Duke, ex-"grande mago" na hierarquia do Klu Klux Klan, à sua candidatura.
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