Relatório da AI sobre enforcamentos é 'completamente falso', diz regime sírio
Divulgação | ||
Foto aérea da prisão Saydnaya, na Síria |
O regime do ditador da Síria, Bashar al-Assad, rechaçou nesta quarta-feira (8) as acusações da Anistia Internacional (AI) sobre a suposta prática de execuções em massa de opositores em uma prisão.
Segundo o Ministério da Justiça do país, as alegações da ONG são "completamente falsas e buscam prejudicar a reputação internacional da Síria".
Com base em depoimentos de ex-detentos e guardas, a AI concluiu em relatório que o regime sírio enforcou até 13 mil opositores na prisão de Saydnaya, a 30 quilômetros da capital, Damasco, durante os cinco primeiros anos da guerra civil que assola o país.
Os guardas disseram que uma ou duas vezes por semana entre 20 e 50 pessoas eram enforcadas após julgamentos simulados. Segundo o texto, as vítimas "permaneciam vendadas" e "elas não sabiam quando ou como iam morrer até que a corda fosse colocada nos seus pescoços".
O texto menciona apenas os primeiros cinco anos porque os informantes teriam deixado a prisão após esse período. Há suspeita, no entanto, de que os enforcamentos não foram interrompidos.
A política de extermínio teria sido realizada de maneira secreta e sob ordens do alto escalão. Outros milhares teriam morrido por tortura ou fome durante o período.
O conflito sírio foi iniciado em março de 2011 e, desde então, ao menos 400 mil pessoas foram mortas. Quase metade da população do país foi deslocada, com milhões refugiando-se em países vizinhos e na Europa.
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