Coreia do Norte proíbe malasianos de deixarem o país, e Malásia retalia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (7) que impedirá a saída de cidadãos da Malásia até que seja resolvida a tensão diplomática provocada pela morte de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Horas depois, foi a vez do governo malasiano proibir que a equipe da embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur deixe o país. A polícia local considera que três suspeitos da morte estão escondidos na representação.

Segundo a agência de notícias estatal KCNA, o regime comunista manterá a proibição "até que o incidente ocorrido na Malásia seja adequadamente resolvido e que a segurança dos norte-coreanos no país seja garantida".

O país considera uma perseguição a busca da polícia da Malásia por sete suspeitos de ligação com o suposto crime e o impedimento de entregar o corpo do norte-coreano —Pyongyang diz que o morto não é Kim Jong-nam.

Meia hora após a primeira decisão, o vice-primeiro-ministro da Malásia, Ahmad Zahid Hamidi, anunciou o impedimento para os diplomatas norte-coreanos "por manipularem as investigações" sobre o assassinato. Os demais cidadãos não serão impedidos de deixar o país.

O chefe da polícia malasiana, Khalid Abu Bakar, afirma que três dos sete norte-coreanos suspeitos do envolvimento no assassinato do irmão do líder norte-coreano estão escondidos dentro da representação diplomática.

Em entrevista coletiva, ele reclamou que o regime norte-coreano não coopera com as investigações. Porém, disse ter confiança de que conseguirão uma amostra do DNA da família para confirmar a identidade do morto.

CRISE DIPLOMÁTICA

A proibição de saída acontece horas depois de a Coreia do Norte expulsar o embaixador malasiano em Pyongyang, em resposta ao impedimento de permanência de seu representante em Kuala Lumpur, Kang Chol.

A Malásia pediu sua saída no sábado (4) devido às críticas à investigação da morte de Kim Jong-nam. O norte-coreano disse que a polícia agia de modo parcial e que o país conspirava com a Coreia do Sul para desacreditar a ditadura.

O governo malasiano exigiu ao regime que se desculpasse, mas este se negou. Único norte-coreano suspeito preso, Ri Jong-chol disse à imprensa estatal que a Malásia criou um plano para atacar a honra de seu país.

Em 26 de fevereiro, o Ministério da Saúde malasiano afirmou que Kim Jong-nam havia sido morto com gás VX, arma química de destruição em massa, cerca de 20 minutos após ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur.

Segundo os serviços de inteligência sul-coreanos, as mulheres que o atacaram —uma indonésia e uma vietnamita— foram recrutadas por agentes norte-coreanos em seus países para desempenhar a ação.

Na semana seguinte, a Coreia do Norte afirmou que o homem havia morrido após sofrer um ataque cardíaco. O regime de Kim Jong-un exigiu a entrega do corpo e a participação na autópsia, mas não foi autorizado pela Malásia.

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