Twitter suspende 200 perfis de plano russo para ajudar Trump a se eleger

DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Twitter anunciou nesta quinta-feira (28) que suspendeu 201 perfis supostamente ligados ao plano russo para interferir nas redes sociais na campanha para a eleição presidencial dos EUA de 2016.

A declaração foi feita na Comissão de Inteligência do Senado, que investiga a ação de Moscou no pleito para beneficiar o presidente Donald Trump em relação à candidata democrata, Hillary Clinton.

Em conversa informal na comissão, os executivos da empresa disseram que, das contas apagadas, 22 estavam diretamente relacionadas à Agência de Pesquisa da Internet, considerada a fábrica de perfis falsos de Moscou.

A detecção desses usuários foi baseada em levantamento do Facebook apresentado à comissão no dia 6 —a rede social afirma ter apagado 470 perfis que teriam sido criados pelo esquema russo.

Segundo o Twitter, os outros 179 foram identificados usando critérios que não foram divulgados. Além dos perfis apagados, a empresa informou que o site de notícias Russia Today, do Kremlin, pagou US$ 274,1 mil em anúncios no microblog e promoveu mais de 1.800 tuítes no mercado americano.

O resultado encontrado pela empresa e o modo de apresentação foi criticado pelos integrantes da Comissão de Inteligência, principalmente os da oposição democrata.

O senador Mark Warner repreendeu os executivos por não responderem a questões sobre o uso da plataforma e como ela continua sujeita a manipulação externa.

Para ele, o informe foi meramente baseado no do Facebook. Ele chamou a conversa com os executivos do microblog de profundamente decepcionante e inadequada em quase todos os pontos.

"A empresa mostrou enorme falta de compreensão da seriedade do assunto e da ameaça que isso pressupõe às instituições democráticas."

O deputado republicano Adam Schiffer foi mais moderado. Ele ressaltou que a empresa está cooperando com a investigação e que a dificuldade em obter informação se dá pelas características técnicas do microblog.

"O Twitter é desafiado em sua investigação porque seus usuários não fornecem a mesma quantidade de informação pessoal que os do Facebook", disse o governista.

Em nota, o Twitter não comentou especificamente sobre o encontro no Congresso, mas disse respeitar a integridade do processo eleitoral. "Nós continuaremos a fortalecer o Twitter contra a manipulação proposital."

As empresas de tecnologia são duramente criticadas pelas autoridades dos EUA por não impedirem a difusão de notícias falsas e campanhas que influenciem eleições.

Na semana passada, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, confirmou que contas apócrifas gastaram US$ 100 mil em anúncios para fomentar temas polêmicos nos EUA, como controle de armas.

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