Milhares de pessoas protestaram neste sábado (13) em Viena, capital da Áustria, contra o novo governo do país, que inclui a sigla de extrema direita FPÖ (Partido da Liberdade).
Segundo a polícia, 20 mil pessoas participaram do ato. A manifestação teve a participação de estudantes, entidades de esquerda e aposentados, incluindo um grupo que se intitulou "Vovôs Contra a Direita" e carregava cartazes com a frase "não deixe os nazistas governarem".
O FPÖ foi fundado por ex-integrantes do regime nazista, mas recentemente vem tentando se afastar de grupos antissemitas.
Os manifestantes pediram que os ministros do partido sejam boicotados pelos outros países europeus e que a Áustria seja ignorada quando ocupar a presidência da União Europeia —o que deve acontecer no segundo semestre de 2018.
Os protestos começaram após o ministro do Interior, Herbert Kickl (do FPÖ), afirmar que imigrantes que buscam asilo no país devem ser enviados para centros especiais enquanto aguardam uma resposta do governo.
Para os adversários, a afirmação trouxe de volta o fantasma dos campos de concentração nazistas criados durante a Segunda Guerra.
O FPÖ aceitou em dezembro apoiar a indicação de Sebastian Kurz, da conservadora ÖVP —que tem a maior bancada do Parlamento—, ao cargo de chanceler e as duas siglas formaram uma coalizão para comandar o país.
O acordo foi feito após Kurz apoiar na campanha um endurecimento nas regras contra imigrantes, se aproximando das ideias defendidas pelos líderes do FPÖ.
Os dois partidos prometeram acabar com a imigração ilegal e lutar contra o radicalismo islâmico. Os adversários, porém, acusam o FPÖ de defender propostas racistas e sexistas e de manter posições contra judeus.
"É muito importante que a sociedade civil austríaca esteja mobilizada. O FPÖ não é apenas populista, eles são inimigos da democracia", disse Benjamin Abtan, presidente do Movimento Europeu Anti-Racista de Base, que discursou no evento.
"As pessoas não entendem que o FPÖ não é um partido regular, eles são extremamente radicais e não deveriam ter um lugar nas principais mesas da Europa", disse ele à agências de notícias Reuters.
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