Descrição de chapéu Governo Trump Donald Trump

Trump prepara Discurso do Estado da União patriota e emotivo

Crédito: Jonathan Ernst/Reuters O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa na apresentação do secretário de Saúde, Alex Azar
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa na apresentação do secretário de Saúde, Alex Azar

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON

Não espere pelo presidente tuiteiro. Em seu primeiro Discurso do Estado da União ao Congresso americano, na noite desta terça-feira (30), o republicano Donald Trump deve fugir à retórica agressiva e adotar um tom patriótico e emotivo.

O evento é uma prestação de contas anual que o presidente dos Estados Unidos faz aos congressistas.

Segundo um integrante da equipe da Casa Branca, o pronunciamento dará ênfase à construção de um país "forte e seguro", num aceno ao orgulho americano.

Na primeira fila da plateia, estarão soldados que lutaram na guerra do Iraque e contra a facção terrorista Estado Islâmico, além de voluntários que atuaram na assistência às vítimas do furacão Harvey, em agosto, e dos incêndios florestais na Califórnia.

O republicano deve repetir a fórmula que seguiu no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na última sexta-feira (26) —ao menos, é o que esperam seus assessores.

A ideia é que ele leia o discurso na íntegra, sem recorrer a improvisações ou cortejar sua base de apoio com rompantes de radicalismo, num aceno à união nacional.

Na Suíça, a postura adotada por Trump, de um homem de negócios aberto ao entendimento, repercutiu bem e diminuiu a desconfiança de empresários com relação a ele.

Isso não quer dizer, porém, que as principais bandeiras de Trump serão menosprezadas no pronunciamento.

O republicano deve voltar a bater bumbo sobre as realizações de sua gestão, em especial a reforma tributária que reduziu impostos para empresas, além de defender um comércio internacional "justo e recíproco", a mudança das leis de imigração e a construção do muro na fronteira com o México.

A segurança pública será um dos principais temas do discurso, numa abordagem emocional. Entre os convidados do presidente estão os pais de duas adolescentes americanas mortas por facções da MS-13, gangue de centro-americanos fundada nos EUA por imigrantes deportados nos anos 1990.

Ao lado deles haverá um agente da polícia de imigração, além de um policial que atua na fronteira com o México e já foi baleado duas vezes, em confronto com traficantes.

"Eles representam o inquebrável espírito americano e inspiram a nação", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, na segunda (29).

O governo está em meio a uma dura negociação com democratas para alterar a lei de imigração, a fim de restringir a entrada de imigrantes.

Sob o argumento de proteger a segurança e os empregos dos americanos, Trump endureceu as regras contra imigrantes ilegais e aumentou prisões e deportações.

A ideia é que o discurso desta terça também sirva para reforçar o apelo republicano de aumentar a segurança na fronteira, mobilizando a opinião pública em favor da proposta da Casa Branca.

Trump também levará à plateia empresários que aumentaram os salários de seus empregados ou fizeram novas contratações depois do corte de impostos.

O bom desempenho da economia americana é um dos principais destaques do presidente em seus pronunciamentos —ainda que boa parte dele tenha vindo por herança, em função de políticas adotadas no governo de Barack Obama.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.