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Xi Jinping recebe Blinken e cobra aceitação de desenvolvimento da China

Após encontro, chefe da diplomacia americana levantou suspeitas sobre interferência de Pequim na eleição dos EUA

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Pequim

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, levantou suspeitas a sobre interferência da China nas eleições dos Estados Unidos, previstas para novembro, nesta sexta-feira (26), pouco após aguardado encontro com o líder Xi Jinping, em Pequim.

"Nós temos visto, de maneira geral, evidência de tentativas de influenciar e possivelmente interferir [no pleito] e queremos assegurar que isso pare o mais rápido possível", disse o chefe da diplomacia americana à CNN, sem, contudo, apresentar tais evidências.

"Qualquer interferência da China em nossas eleições é algo que estamos observando com muito cuidado e é totalmente inaceitável para nós, então eu queria assegurar que eles ouvissem essa mensagem novamente", acrescentou Blinken.

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, é recebido pelo líder chinês, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo, em Pequim - Mark Schiefelbein - 25.abr.24/Pool/via AFP

A fala ocorreu ao fim da viagem de três dias de Blinken à China, onde se reuniu com Xi no Grande Salão do Povo, no centro de Pequim, após vários dias de expectativa sobre o encontro, diante de críticas recentes de lado a lado.

A afirmação não é nova, e o líder chinês já havia sido alertado pelo presidente americano, Joe Biden, que a China não interferisse nas eleições, em cúpula entre os dois países em San Francisco, em novembro passado.

No encontro desta sexta, Xi citou os 45 anos de relações diplomáticas bilaterais, disse que enfrentaram "ventos e chuvas", mas mostraram que "China e Estados Unidos devem ser parceiros em vez de rivais, devem ajudar um ao outro a alcançar sucesso em vez de ferir um ao outro e devem honrar as palavras com ações".

Acrescentou: "Nós esperamos que os EUA possam ver o desenvolvimento da China positivamente. Esta é uma questão fundamental que precisa ser tratada, como o primeiro botão de uma camisa que precisa ser abotoado de maneira correta, para que a relação China-EUA verdadeiramente se estabilize, melhore e siga em frente".

Mais cedo, o chanceler Wang Yi havia iniciado extenso encontro com Blinken avaliando que as relações bilaterais "começam a se estabilizar", com mais diálogo.

"Mas ao mesmo tempo os fatores negativos no relacionamento ainda estão aumentando", acrescentou. "Os direitos legítimos de desenvolvimento da China têm sido injustificadamente suprimidos e nossos principais interesses estão enfrentando desafios."

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, cumprimenta o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em Pequim
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, cumprimenta o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em Pequim - Liu Bin - 26.abr.24/Xinhua

Prosseguiu, falando a Blinken diante das câmeras: "A China e os Estados Unidos devem manter a direção certa de avançar com a estabilidade ou retornar a uma espiral descendente? Devem liderar a cooperação internacional sobre as questões globais ou se envolver em rivalidade e confronto ou mesmo deslizar para o conflito? A comunidade internacional aguarda a nossa resposta".

Blinken, por sua vez, disse esperar "discussões muito claras e muito diretas sobre as áreas em que há diferenças" entre Washington e Pequim. "Mas volto a frisar que é importante que façamos isso, é importante para demonstrar que estamos administrando com responsabilidade a relação mais consequente no mundo".

A reunião durou mais de cinco horas, e Blinken publicou em seguida, em mídia social, que foi "aprofundada e substantiva" e abordou "áreas em que há diferença, além de áreas de interesse compartilhado, como o combate ao narcotráfico". Foi "parte do esforço para administrar a concorrência de forma responsável".

Depois, afirmou a jornalistas que os EUA estão preparados para impor mais sanções a empresas chinesas que supostamente apoiam a estrutura militar da Rússia.

Disse ainda que o banimento do TikTok, aprovado pelo Congresso dos EUA e com aval de Joe Biden, não foi tratado nas conversas. E que Pequim e Washington concordaram em realizar nas próximas semanas as primeiras reuniões entre autoridades dos dois países sobre inteligência artificial.

A diplomacia chinesa, de sua parte, confirmou o encontro sobre IA e registrou outros quatro supostos pontos de concordância: estabilizar e desenvolver as relações; manter contatos de alto nível em diversas áreas; expandir o intercâmbio cultural e de estudantes de ambos os lados; e manter negociações sobre áreas de conflito regional e internacional, com enviados para fortalecer a comunicação.

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