O jornalista alemão de origem turca Deniz Yücel, detido na Turquia há um ano, foi indiciado, mas a Justiça decidiu que ele poderia responder em liberdade.
O governo alemão confirmou que ele foi solto, o que deve reduzir a tensão entre os dois países.
A corte turca aceitou o indiciamento de Yücel sob acusação de "espalhar propaganda terrorista" e "incitar a inimizade"; a pena pode chegar a 18 anos de prisão, segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Sigmar Gabriel, disse que espera que Yücel possa deixar a Turquia.
O jornalista, que nega as acusações, foi detido em fevereiro de 2017.
"Finalmente! Melhor notícia. Deniz Yücel está livre", escreveu o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas, em rede social.
A porta-voz do governo alemão, Ulrike Demmer, disse que a soltura do jornalista era "um importante primeiro passo" depois de tratativas diplomáticas intensas entre os países. Ela afirmou que Berlim não fez nenhum "acordo sujo ou outros arranjos" para conseguir a soltura de Yücel.
A chanceler alemã Angela Merkel também comentou o caso nesta sexta. "Assim como muitas outras pessoas, eu também estou feliz que ele saiu da prisão hoje", afirmou em uma entrevista coletiva em Berlim.
Merkel também aproveitou a ocasião para pedir que outras pessoas sejam soltas na Turquia. "Sabemos que há casos de outras pessoas, talvez não tão proeminentes, que continuam detidas e também esperamos que ocorra um procedimento jurídico rápido e justo", disse ela.
O caso de Yücel ganhou repercussão na Alemanha, país cujas relações com a Turquia se deterioraram depois do endurecimento do governo contra supostos apoiadores da tentativa de golpe em 2016.
As conversas bilaterais entre Turquia e Alemanha estavam suspensas desde a prisão de Yücel. Em janeiro, os contatos foram retomados a pedido da Turquia, que tem na Alemanha seu maior parceiro comercial. Os dois países fazem parte da Otan.
Na quinta-feira (15), o primeiro-ministro turco Binali Yildirim se encontrou com Merkel.
A Turquia diz que as prisões de cerca de 50 mil pessoas depois da tentativa de golpe são necessárias por razões de segurança. O país critica a Alemanha por não extraditar turcos acusados de envolvimento na tentativa de golpe que pediram asilo no país.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.