Sobreviventes de ataque pedem controle de armas a legisladores da Flórida

Estudantes foram até a Assembleia Legislativa na capital, Tallahassee

Tallahassee (EUA) | Reuters

Cerca de cem sobreviventes do massacre a tiros na escola da Flórida foram até a capital do Estado americano, Tallahassee, nesta quarta-feira (21) para pedir a parlamentares o fim da venda de rifles como o usado pelo atirador.

A mais recente chacina em uma escola dos Estados Unidos inflamou um debate já antigo sobre o controle de armas no país. Os alunos da escola Marjory Stoneman Douglas, onde 17 pessoas foram mortas na última quarta (14) , emergiram como os novos rostos do movimento de controle de armas.

"Estamos aqui para pedir mudanças, e temos confiança de que a mudança acontecerá", disse Noah  Kaufman, 16 . "Conhecemos as questões, e sabemos quem está conosco e quem não está."

Nikolas Cruz, ex-aluno de 19 anos expulso por problemas disciplinares, recebeu 17 acusações de assassinato premeditado no segundo maior massacre a tiros em uma escola dos EUA. Ele estava armado com um rifle de assalto semiautomático estilo AR-15 que comprou legalmente de um vendedor de armas autorizado no ano passado, disseram autoridades.

Nesta terça-feira (20), a Assembleia Legislativa estadual, de maioria republicana, rejeitou um pedido de um projeto de lei proibindo a venda de rifles semelhantes aos de assalto.

Mas o senador estadual Bill Galvan, cotado como o próximo presidente da Casa local, sinalizou uma possibilidade de mudança pedindo um projeto de lei que eleve de 18 para 21 a idade legal para a compra de rifles de assalto, assim como se exige para armas de mão. A atual sessão parlamentar termina em 9 de março, o que deixa tempo suficiente para uma votação.

O presidente dos EUA, Donald Trump, um grande defensor do direito às armas, deve realizar uma "sessão de consulta" com alunos e professores do ensino médio na Casa Branca nesta quarta-feira.

"Esta não é uma questão democrata ou republicana, é uma questão de vida", disse o estudante Noah Kaufman. Muitos membros do grupo disseram ter passado a noite pesquisando a legislação e escrevendo discursos.

O movimento de protesto liderado por jovens, que emergiu horas após o massacre, atraiu o apoio de grandes celebridades na terça-feira.

O ator George Clooney, o diretor Steven Spielberg e a apresentadora Oprah Winfrey doaram 500 mil dólares cada um para ajudar a financiar uma marcha que acontecerá em Washington.

Também na terça-feira, Trump disse que assinou um memorando instruindo o secretário de Justiça a criar regulamentações proibindo dispositivos que transformam armas de fogo em metralhadoras.

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