Republicanos na Câmara encerram apuração sobre interferência russa

Para aliados de Trump, não há provas de conluio entre equipe de eleição de 2016 e o Kremlin

O presidente Donald Trump forma um triângulo com as mãos enquanto conversa com os jornalistas sentado no Salão Oval da Casa Branca
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca - Jonathan Ernst - 9.fev.2018/Reuters
Washington | Reuters

Os membros republicanos da Comissão de Inteligência do Câmara dos EUA anunciaram nesta segunda-feira (12) o fim da apuração no grupo sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e que não consideraram que houve conspiração da equipe de Donald Trump com o Kremlin para vencer a votação.

Os parlamentares concordaram que Moscou tentou influenciar a eleição ao espalhar propaganda e notícias falsas na internet, mas contestaram as investigações das agências de inteligência e do FBI de que a intenção era beneficiar Trump

“Estamos escrevendo o relatório final”, disse Mike Conaway, chefe da investigação da comissão em 2017, que acusou a oposição democrata de querer prolongar o inquérito para prejudicar os governistas na eleição legislativa de novembro.

O líder democrata no órgão, Adam Schiff, considerou o fim da investigação prematuro e acusou Trump de pressionar os republicanos.

“Nosso trabalho está bastante incompleto. Alguns temas estão parcialmente investigados, outros, como as acusações claras de que houve lavagem de dinheiro, estão intocadas”, disse. “É outra marca trágica para este Congresso e uma nova capitulação para o Executivo.”

Horas depois, o presidente comentou a decisão dos republicanos como a prova de que a Câmara não encontrou provas do conluio de seus assessores com os russos —sem levar em consideração as críticas democratas.

A investigação da Câmara ficou travada por meses devido ao conflito partidário. Nas últimas semanas, os republicanos diziam que estavam no fim das entrevistas e que era necessário acelerar o relatório final para não atrapalhar a campanha para a eleição legislativa.

Por outro lado, os democratas os acusavam de reduzir o escopo das investigações para proteger o presidente e seus assessores, alguns dos quais confessaram ter mentido ao FBI, como o ex-conselheiro de segurança nacional de Trump Michael Flynn.

O anúncio é feito no momento em que avança o inquérito do FBI sobre o caso, conduzido pelo procurador especial Robert Mueller. A Comissão de Inteligência do Senado também faz outra apuração, menos afetada pelas brigas entre os partidos.

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